ATA DA TRIGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 16-4-2012.
Aos dezesseis dias do mês de abril do ano
de dois mil e doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos,
foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Carlos Todeschini, João Antonio Dib, João Bosco
Vaz, José Freitas, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mauro
Pinheiro, Mauro Zacher, Paulinho Rubem Berta, Sofia Cavedon e Valter
Nagelstein. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente
declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo,
Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir
Cecchim, Luiz Braz, Mario Manfro, Nelcir Tessaro, Newton Braga Rosa, Pedro
Ruas, Professor Garcia, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e
Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado o Projeto de Lei do Legislativo nº 059/12
(Processo nº 0711/12), de autoria do vereador Professor Garcia. Também, foram
apregoados os seguintes Ofícios, do senhor Prefeito: nos 325 e
326/12, solicitando o arquivamento, respectivamente, do Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 007/11 e do Projeto de Lei do Executivo nº 063/11
(Processos nos 3699 e 3984/11, respectivamente); nº 330/11,
informando sua ausência do Município das doze horas e doze minutos de hoje às
nove horas e dois minutos de amanhã, para participar de evento a convite do
Presidente do Sindicato Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços de
Telecomunicações, em São Paulo – SP; e nº 314/12, comunicando a indicação do
vereador Dr. Goulart, em substituição ao vereador DJ Cassiá, para Vice-Líder do
Governo neste Legislativo. Do EXPEDIENTE, constaram Ofícios do Fundo Nacional
de Saúde do Ministério da Saúde, emitidos nos dias vinte e vinte e um de março
do corrente. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Décima,
Décima Primeira, Décima Segunda, Décima Terceira, Décima Quarta, Décima Quinta,
Décima Sexta e Décima Sétima Sessões Ordinárias, da Primeira e Segunda Sessões
Solenes e da Primeira Sessão Extraordinária. A seguir, o senhor Presidente
convidou o senhor Carlos Manuel Martins do Vale César e a senhora Luiza César,
respectivamente Presidente e Primeira-Dama da Região Autônoma dos Açores; os
senhores Luiz Antonio de Assis Brasil, Secretário de Estado da Cultura, neste
ato representando o Governo do Estado do Rio Grande do Sul; Rodrigo Oliveira,
Secretário-Geral para Assuntos Europeus e Exteriores; Carlos Tomé, Coordenador
de Comunicação de Esporte; e Pedro Lima, Chefe de Cerimonial; e a senhora
Valesca de Assis, a integrarem a Mesa dos trabalhos, concedendo a palavra ao
senhor Carlos Carlos Manuel Martins do Vale César, que discorreu sobre a
imigração açoriana no Rio Grande do Sul, divulgando programação relativa às
comemorações do transcurso dos duzentos e sessenta anos da chegada dos
primeiros açorianos ao Estado. Após,
o senhor Presidente procedeu à entrega, ao senhor Carlos Manuel Martins do Vale
César, de Medalha alusiva à presente solenidade. Ainda, o senhor Carlos Manuel Martins
do Vale César procedeu à entrega, ao senhor Presidente, de livro e de mapa
referentes à Região Autônoma de Açores. Em prosseguimento, o senhor Presidente
concedeu a palavra aos vereadores Dr. Goulart, Airto Ferronato, Márcio Bins
Ely, Adeli Sell e Valter Nagelstein e à vereadora Sofia Cavedon, que se
pronunciaram em saudação aos visitantes. Também, foram registradas as
presenças, neste Plenário, dos senhores Gustavo Py Gomes da Silveira,
representando a Academia Rio-Grandense de Medicina; Maria João Tavares,
representando o Consulado de Portugal de Porto Alegre; Antonio Soares,
Presidente do Instituto Cultural Português de Porto Alegre; Shyrley Poffal,
Diretora de Cultura da Prefeitura do Balneário Pinhal; Clayton Porto,
representando a Rádio Amigos do Balneário Pinhal; César Miranda, Presidente da
Casa de Portugal; e Célia Silva Sachemet, Presidenta da Casa dos Açores do Rio
Grande do Sul. Às
quatorze horas e quarenta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e sete minutos. A seguir, o senhor Presidente concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, à senhora Rosane Mosmann Pimentel, que,
representando o Conselho Regional de Fonoaudiologia – 7ª Região –, discorreu
sobre o transcurso, hoje, do Dia Mundial da Voz. Em continuidade, nos termos do
artigo 206 do Regimento, a vereadora Sofia Cavedon e os vereadores Valter
Nagelstein, Elói Guimarães e João Antonio Dib manifestaram-se acerca do assunto
tratado durante a Tribuna Popular. Às quinze horas e cinco minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e seis
minutos. Após, foi aprovado
Requerimento verbal formulado pelo vereador Luiz Braz, solicitando alteração na
ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em prosseguimento, foi iniciado o
período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do Dia do
Exército, nos termos do Requerimento nº 017/12 (Processo nº 0548/12), de
autoria do vereador Luiz Braz. Compuseram a Mesa: o vereador Mauro Zacher, Presidente
da Câmara Municipal de Porto Alegre; o general-de-exército Carlos Bolívar
Goellner, Comandante Militar do Sul; e o general-de-divisão Roberto Fantoni
Saurin, Comandante da 3ª Região Militar. A seguir, foi ouvido o Hino Nacional,
executado pela Fanfarra do 3º Regimento de Cavalaria de Guarda, conduzida pelo
subtenente Carlos Alberto. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o vereador Luiz Braz,
como proponente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Elói
Guimarães. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra ao general-de-exército
Carlos Bolívar Goellner, que agradeceu o registro, por este Legislativo, do
transcurso do Dia do Exército. Ainda, foi ouvido o Hino Rio-Grandense e a
Canção do Exército, executados pela Fanfarra do 3º Regimento de Cavalaria de
Guarda, conduzida pelo subtenente Carlos Alberto. Às quinze horas
e cinquenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às dezesseis horas e cinco minutos. Em continuidade, o vereador
Adeli Sell procedeu à entrega, ao senhor Presidente, de Requerimento
solicitando seja verificado possível caso de nepotismo neste Legislativo. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Carlos Todeschini, em tempo cedido
pela vereadora Sofia Cavedon, Nelcir Tessaro, em tempo cedido pelo vereador
Tarciso Flecha Negra, Idenir Cecchim e Professor Garcia, este em tempo cedido
pelo vereador Sebastião Melo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os
vereadores Paulinho Rubem Berta, João Bosco Vaz, Airto Ferronato, Idenir
Cecchim, Carlos Todeschini, Bernardino Vendruscolo e Luiz Braz. Na ocasião, foi
apregoado o Memorando nº 016/12, de autoria da vereadora Sofia Cavedon,
deferido pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar
externamente este Legislativo, hoje, em reunião do Comitê Gestor do Pacto
Gaúcho pela Educação Profissionalizante, Técnica e Tecnológica, às dezesseis
horas, no Salão Alberto Pasqualini do Palácio Piratini, em Porto Alegre.
Também, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, a senhora Presidenta
concedeu TEMPO ESPECIAL à vereadora Sofia Cavedon, que relatou sua
participação, em Representação Externa deste Legislativo, nos dias quatro e
cinco de abril do corrente, em reunião
na Secretaria Executiva Adjunta do Ministério da Educação, em Brasília –
DF. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o vereador Valter Nagelstein. A seguir,
por solicitação dos vereadores Dr. Thiago Duarte e João Bosco Vaz, foi efetuado
um minuto de silêncio em homenagem póstuma, respectivamente, aos senhores Arlindo Nelson Iranso Scapini e Cláudio
Quintana Cabral.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Newton Braga Rosa. Em
continuidade, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, a
senhora Presidenta concedeu TEMPO ESPECIAL ao vereador Engenheiro Comassetto,
que relatou sua participação, em Representação Externa deste Legislativo, nos
dias onze e doze de abril do corrente, na 23ª Reunião da Coordenação-Executiva
do Conselho das Cidades, em Brasília – DF. Após, foi aprovado Requerimento
verbal formulado pelo vereador João Antonio Dib, solicitando alteração na ordem
dos trabalhos da presente Sessão. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em
1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 081/11 e 062/12, o
Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 020/08, discutido pelo
vereador Adeli Sell e pela vereadora Sofia Cavedon, e o Projeto de Resolução nº
011/12; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 046,
030/12, este discutido pelo vereador Carlos Todeschini, e 031/12, discutido pelos
vereadores Márcio Bins Ely, Engenheiro Comassetto e Carlos Todeschini. Na
oportunidade, por solicitação do vereador Valter Nagelstein, foi efetuada
verificação de quórum, constatando-se a existência do mesmo. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciou-se o vereador Engenheiro Comassetto. Às dezoito horas e
dezesseis minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação
solicitada pelo vereador Valter Nagelstein, a senhora Presidenta declarou
encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores
Mauro Zacher, Fernanda Melchionna e Carlos Todeschini e secretariados pelo
vereador Carlos Todeschini. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Eu convido, de imediato, a compor a Mesa
o Sr. Carlos Manuel Martins do Vale César, Presidente da Região Autônoma dos
Açores; a Sra. Luiza César, Primeira-Dama; o Sr. Rodrigo Oliveira,
Secretário-Geral para Assuntos Europeus e Exteriores; o Sr. Carlos Tomé,
Coordenador de Comunicação de Esporte; o Sr. Pedro Lima, Chefe de Cerimonial; o
Sr. Luiz Antonio de Assis Brasil, Secretário de Estado da Cultura, neste ato
representando o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, e a sua esposa, a
escritora Valesca de Assis.
Este
Presidente, de maneira muito objetiva, em nome da Câmara Municipal, gostaria de
saudar todos os representantes, os integrantes desta missão dos Açores. Quero
dizer que é uma grata satisfação esta Casa recebê-los e, ao mesmo tempo, de
alguma maneira, poder saudar os 260 anos de integração. Sabe-se muito bem da
importância que tem esta relação cultural quando do início da nossa Cidade, que
comemora os seus 240 anos. Então, é uma satisfação imensa por toda essa
integração cultural e econômica, que tem se aprofundado ao longo dos anos.
Basta registrar uma simples conquista, mas de um significado muito importante:
os voos diretos Porto Alegre-Portugal. Isso, de alguma maneira, reforça os
laços entre os nossos povos, que podem estar mais pertos a partir da
implantação desse novo voo. A gente sabe da importância que isso tem para o
nosso Estado, para a nossa Capital, para a nossa economia.
Então,
fica este registro da Câmara Municipal, da grande relevância da visita de vocês
e da satisfação que nós temos de também os receber aqui, na Câmara Municipal de Porto
Alegre. Sejam muito bem-vindos.
Eu gostaria de passar, de imediato, a palavra ao
Sr. Carlos Manuel Martins do Vale César, Presidente da Região Autônoma dos
Açores.
O SR. CARLOS
MANUEL MARTINS DO VALE CÉSAR: Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; Sr. Secretário de Estado da
Cultura, representando o Governador do Rio Grande do Sul; Sr. Presidente da
Casa dos Açores do Estado do Rio Grande do Sul; autoridades, aproveito, também,
para saudar o Exército Brasileiro, cumprimentando todos os presentes; minhas
senhoras e meus senhores. Comemorar 260 anos de povoamento açoriano no Rio
Grande do Sul é prestar homenagem ao esforço de toda uma geração de açorianos,
compelida a então audaciosa travessia atlântica para milhares de quilômetros da
terra que os viu nascer, buscarem oportunidades e semearem proveitos que lhes
assegurassem uma vida nova e prometedora. Ou seja, é comemorar o começo do aqui
e o recomeço dos que vieram; é comemorar a origem do que nos une agora.
Esses homens e mulheres dessa gesta primeira
para o Brasil, animados sonhos venturosos, tudo fizeram para se integrarem no
novo mundo que se lhes deparou. É quando da sua chegada às terras do
Extremo-Sul do Brasil. O seu espírito de sacrifício, alimentado por sua
profunda religiosidade, fez com que se adaptassem aos novos ambientes e às
novas gentes que encontraram e com as quais haveriam de conviver e edificar o
novo futuro. Trouxeram consigo para estas terras a força do trabalho e da
ambição e, ao longo de muitas décadas, empenharam-se na terra da promessa
confirmada que conhecemos hoje.
A imigração açoriana para o Sul do Brasil, em
meados do séc. XVIII, serviu para a concretização de um plano gizado pela coroa portuguesa com o fim
de garantir a Portugal a posse das terras sulinas brasileiras, através da sua
ocupação por gente também vinda dos Açores. Embora este grande surto
migratório, que movimentou milhares de pessoas que atravessaram o Atlântico e
enfrentaram grandes desafios, tenha tido grandes repercussões e impacto na
sociedade civil portuguesa, não lhe foi conferida, durante séculos, a merecida
atenção.
Porém,
com o advento da autonomia regional dos Açores, em 1976, todas as comunidades
açorianas espalhadas pelo mundo, tanto as ancestrais como as mais recentes,
ganharam outra dimensão e outro estatuto, e foi-lhes reconhecida a devida
importância nos contextos regional e nacional. A autonomia açoriana veio, pois,
igualmente, valorizar e enriquecer a açorianidade e a portugalidade
além-fronteiras. Para tal contribuiu a aproximação sucessiva que os governos
dos Açores fizeram e continuam a fazer às comunidades através de um
relacionamento estreito com as instituições políticas e públicas dos países de
acolhimento, bem como com as organizações de açorianos que se foram formando e
que as representam nos países onde se encontram radicadas, desenvolvendo
projetos visando à preservação e divulgação do patrimônio cultural que nos é
comum. A Casa dos Açores do Estado do Rio Grande do Sul - CAERGS -, apesar de
ainda jovem, é um bom exemplo disso.
A
preservação da cultura açoriana, a divulgação da açorianidade, a promoção da
imagem dos Açores, o reconhecimento da importância dos açorianos como agentes
fundamentais na construção dos países que os receberam são, hoje, constatações
que valorizam as comunidades e prestigiam a minha região.
Nos
últimos anos, ao contrário do que acontecia no passado, os jovens descendentes
de açorianos tomaram consciência dessa realidade, sentem-se orgulhosos das suas
raízes, procuram saber mais sobre os seus antepassados. Com frequência,
descendentes açorianos já da oitava, nona, décima geração solicitam apoio
técnico-financeiro para a efetivação de estudos acerca, por exemplo, da
presença açoriana no sul do Brasil, com vista à publicação de teses de
licenciatura, mestrado e doutoramento, e, de certa forma, procuram,
constantemente, novos aspectos da cultura açoriana ainda remanescente de muitos
Municípios sul-rio-grandenses e de outros Estados brasileiros.
Esse
movimento de redescoberta, que ganhou um grande impulso nas últimas décadas do
século passado, deu, assim, origem à publicação de estudos que muito
contribuíram para o enriquecimento do espólio bibliográfico da imigração
açoriana e para uma apreciação mais clara, por parte dos açorianos de hoje, de
uma das páginas mais belas da sua história. Na verdade, o povo açoriano,
habituado a ser mais do que lhe permite o seu número e a ultrapassar os limites
estreitos do espaço que habita, mostrou bem de que era feito, quando aqui, por
força das circunstâncias, teve, uma vez mais, de transcender-se.
As
histórias dos açorianos que povoaram este imenso Estado são conhecidas, e a
história do Rio Grande do Sul já as guarda em bom lugar, desde logo porque a
esta bela e impressionante Porto Alegre, que, recentemente, comemorou seus 240
anos, ficaram para sempre ligados com seus fundadores. Por isso, mais do que a
evocação, embora inegavelmente merecida, da gesta desses bravos açorianos do
século XVIII, importa, até para honrar os seus feitos e a sua memória,
prosseguir, consolidar, tornar perene a ligação que iniciaram e encontrar novos
mecanismos para dar sentido cotidiano e útil a essa união.
Já
no decorrer desta visita, tive a honra de subscrever, em nome do governo de
Açores, um protocolo de cooperação com o Governo do Estado do Rio Grande do
Sul, mas estou convicto de que esta cerimônia de hoje, de que tenho a honra de
participar, contribuirá igualmente para esse desígnio de maior partilha e
intercâmbio, que o mesmo é falar de uma nova época de redescoberta das
potencialidades da ligação entre o Rio Grande do Sul e os Açores, esbatidas que
estão, hoje, as distâncias entre os nossos povos e os nossos territórios.
É
por isso que, em nome da região autônoma dos Açores e de todos os açorianos,
agradeço à comissão organizadora o brilhantismo e dignidade conferidos às
comemorações dos 260 anos do povoamento açoriano do Rio Grande do Sul,
agradecimento que faço também, e de modo especial, à Câmara Municipal de Porto
Alegre, na pessoa do seu Presidente.
Para
um açoriano é uma honra e motivo de contentamento sentir-se parte de um povo
que aqui, a mais de 10 mil quilômetros das suas ilhas, é respeitado, admirado e
querido e que preza e destaca a sua
memória. Registro sempre, nessas minhas visitas, esse fato, que é facilmente
demonstrado pelo respeito das autoridades públicas, bem como pela diversidade
da presença açoriana, seja nas muitas “salas açorianas”, predominante
associadas aos Municípios e Prefeituras que têm como objetivo principal o
resgate e a valorização da cultura açoriana no Estado, seja através dos grupos
musicais, de folclore e de dança ou das irmandades do Espírito Santo, ou das
iniciativas nos contextos escolares municipal, estadual e universitários, seja
ainda na presença, em geral, nos mais variados domínios da vida econômica e
social do Estado do Rio Grande do Sul.
Felicidades para todos e um agradecimento
especial, em meu nome e no da minha mulher, e da comitiva que me acompanha, em
nome do Governo dos Açores, pela generosidade e simpatia que revelaram no nosso
acolhimento. Obrigado e votos de bom sucesso para Porto Alegre e para o Estado
do Rio Grande do Sul. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS (José Luiz Espíndola Lopes): Neste momento, o Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre, em nome da Casa, entrega uma Medalha em homenagem ao
Presidente dos Açores.
(Procede-se à entrega da Medalha.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Gostaria de saudar as presenças dos que
prestigiam esta homenagem: Sr. Gustavo Py Gomes da Silveira, representante da
Academia Rio-grandense de Medicina; Srª Maria João Tavares, representante do
Consulado de Portugal de Porto Alegre; Sr. Antonio Soares, Presidente do
Instituto Cultural Português de Porto Alegre; Srª Shyrley Poffal, Diretora de
Cultura da Prefeitura do Balneário Pinhal; Sr. Clayton Porto, representante da
Rádio Amigos do Balneário Pinhal; Sr. César Miranda, Presidente da Casa de
Portugal; Srª Célia Silva Sachemet, Presidente da Casa dos Açores do Rio Grande
do Sul.
O
Ver. Dr. Goulart está com a palavra.
O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; é com
satisfação que nós recebemos o Presidente da Região Autônoma dos Açores, Prof.
Carlos Manuel Martins do Vale César, e dizer da nossa satisfação de poder ter
algum contato com aqueles que foram os nossos ancestrais, que fizeram a
primeira grande ocupação da Cidade e depois foram se espalhando por Viamão e
por outros locais.
Para
fazer uma homenagem, eu conto uma pequena passagem, que é o fato de muitas
pessoas imaginarem que a família Goulart, da qual saiu o ex-Presidente da
República, João Belchior Marques Goulart, seja francesa, mas não é; a família
Goulart é açoriana, veio dos Açores e, talvez, tenha vindo com os casais
açorianos. Como foi que eu fiquei sabendo disso? Naquela época, eu era aluno do
professor Assis Brasil, o nosso grande escritor; ele viajou aos Açores e trouxe
a fotografia de um ancestral Goulart imortalizado em um busto. O ancestral,
chamado José Goulart, açoriano, era muito parecido com este seu humilde aluno
que aqui está. Então, eu estou reclamando a posição de ser da linha direta dos
60 casais açorianos, um representante do nosso tempo moderno. Obrigado,
professor, obrigado, Valesca; obrigado
a todos! (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Airto Ferronato está com a
palavra.
O SR. AIRTO FERRONATO: Meu caro Presidente, Mauro Zacher; quero
trazer também a minha saudação ao Presidente Carlos Manuel Martins do Vale
César; à comitiva aqui presente, ao
Secretário Assis Brasil, à esposa do Presidente e a todas as autoridades que
aqui estão no dia de hoje. Primeiramente, quero registrar a importância da
presença de Vossas Excelências no Rio Grande do Sul e, muito especialmente,
hoje, aqui na Câmara Municipal, a Casa do Povo, povo que nasceu lá com os nossos
casais de açorianos. Isso representa a grandiosidade deste ato. Quero dizer
também da alegria por termos hoje almoçado juntos, o meu Partido, o PSB, aqui
em Porto Alegre.
E
quero registrar um pequeno acontecimento: Porto Alegre tem hoje, no bairro
Moinhos de Vento, no Parque Moinhos de Vento, a réplica de um moinho açoriano
movido a vento, ali, no nosso Parcão - tenho aqui a foto dele.
Em
4 de agosto de 1981, o Prefeito Guilherme Socias Villela encaminhou uma
correspondência, por intermédio da Casa dos Açorianos, ao Governo dos Açores,
para que ele desenhasse e nos desse as características arquitetônicas desse
monumento que Porto Alegre tem. Então, temos em Porto Alegre um berço também
açoriano. Por isto estou aqui: para, em meu nome e do meu Partido, o Partido
Socialista, trazer um abraço, cumprimentar todos e repetir a importância deste
ato, neste momento, aqui na Câmara de Porto Alegre! Um abraço a
todos e obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY:
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu quero saudar aqui o
Presidente da Região Autônoma dos Açores, Sr. Carlos Manuel Martins; o nosso
Secretário Professor Luiz Antonio de Assis Brasil, e demais autoridades aqui
presentes.
Em nome da Bancada do PDT, em nome do Ver. João
Bosco Vaz, do Ver. Thiago Duarte, do Presidente Mauro Zacher e deste Vereador,
gostaria de fazer uma saudação muito especial a esta representação e dizer que
realmente a cultura portuguesa, a imigração portuguesa, tem as suas raízes na
nossa Capital. Apesar do meu nome parlamentar ser Márcio Bins Ely, o meu
sobrenome é Márcio Ferreira Bins Ely, também tenho descendência portuguesa. E
quem de nós aqui não se lembra daquela música: “Ai bota aqui, ai bota ali o seu pezinho, o seu pezinho bem juntinho com o meu...”, que
também é uma música dos Açores?
Fica aqui o nosso registro, o nosso
reconhecimento pelo transcurso desta data importante da imigração açoriana no
nosso Estado e, em especial, na nossa Capital, são mais de 240 anos. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Adeli Sell está com a palavra.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente Mauro Zacher; nosso nobre visitante, Dr. Carlos Manuel Martins;
nosso Secretário Assis Brasil, em seus nomes cumprimento os demais visitantes.
Em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores,
para nós é importante este processo de irmanamento que estamos realizando hoje
aqui.
Porto Alegre é uma cidade que tem essa característica
de, com o Guaíba aberto, abraçar todos aqueles que aqui chegam. Assim foi com
os portugueses que colonizaram essa região inicialmente, e, posteriormente foi
assim com povos de outras nações, várias etnias. E hoje nós temos esta Cidade
tão ampla, tão plural e tão democrática, uma Cidade que está aberta para o
mundo.
Sejam bem-vindos a Porto Alegre, tenham uma boa
estada e que continuemos com esse nosso processo de irmanamento. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Vereador.
O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Sr. Presidente, nós vivemos um dia sui generis e tenho certeza de que
ficará marcado nos Anais desta Casa.
Há poucos dias, celebramos os 240 anos da
fundação de Porto Alegre, como
bem lembrado por Vossa Excelência. Obviamente estas questões estão
umbilicalmente ligadas, 260 anos da chegada dos desbravadores, empreendedores
açorianos que para cá vieram, enfrentando mares revoltos, enfrentando todos os
desafios. Vossa Excelência se referia ao fato, Presidente Mauro Zacher, de que
nos instiga a imaginação pensarmos como, há 260 anos, com muito pouca
tecnologia, singraram-se mais de dez mil quilômetros de mar com destino ao
desconhecido para que se pudesse fazer esta grande tarefa de colonização das
novas terras. Só o espírito corajoso e empreendedor dos açorianos é que pode
justificar e dar testemunho dessa capacidade, desse desprendimento.
Portanto,
honra esta Casa, tenha certeza, honra a nossa Bancada, o nosso Líder, Ver.
Idenir Cecchim; os demais Vereadores do Partido do Movimento Democrático
Brasileiro – Ver. Sebastião Melo, Ver. Professor Garcia, Ver. Haroldo de Souza
e este Vereador. Também quero saudá-lo em nome do Ver. João Dib e dos demais
Vereadores do Partido Progressista, que me fez esta honrosa delegação; saudar e
agradecer a sua visita a nossa Cidade, visita que coroa e engrandece esses
festejos que estamos fazendo também dos 240 anos da fundação da nossa Porto
Alegre, que se deve, sabemos nós, ao desprendimento já referido e à coragem dos
açorianos. Muito obrigado, e sejam sempre muito bem-vindos! (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Vereador.
A
Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Quero apenas acrescentar que, para nós, com certeza, o povoamento
açoriano foi uma refundação das relações Brasil/Portugal. Nós temos um grande
trauma dos séculos anteriores, a nossa população indígena, a nossa história. E
o povoamento açoriano começa um novo momento; um momento, de fato, de
integração, de parceria, de constituição de identidade de forma positiva, de
troca de saberes. Nós temos que dizer que Portugal continua contribuindo com a
construção da nossa identidade, com a construção da nossa história. Tem uma
queixa lá em Portugal de que Boaventura de Sousa Santos atua mais aqui, na
América Latina, do que lá. Nós devemos muito a ele, o Fórum Social Mundial, a
reflexão que faz, as transformações na América Latina. Eu o cito, mas poderia
citar tantos outros escritores, teóricos, esta contribuição que, para nós e
para nossa história, é decisiva.
O
nosso abraço carinhoso, que essa relação se estreite e que essa identidade de
língua, de fato, produza uma integração ainda maior, um trabalho maior, mais
profícuo entre Brasil e Portugal, num momento, inclusive, em que Portugal
precisa muito de nós, segundo eles mesmos disseram quando eu estive lá: “Nós
queremos Lula; não queremos FMI”, essa era a fala, lá em Lisboa, o ano passado.
Um grande abraço! Que bom tê-los conosco! Força para essa identidade, para essa
cultura tão bonita que, com a nossa, produziu tantas figuras e tanta história
bonita. Obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Vereadora. Não havendo mais Bancadas
para se manifestar, eu encerro esta homenagem, mais uma vez agradecendo a
presença e reforçando as palavras ditas pelos Vereadores, Líderes de Bancada,
que não há cidade que possa construir o seu futuro, o seu presente, a sua
justiça social se não reconhecer o seu passado, as suas raízes, as suas
tradições.
Nós
temos um grande prazer em estar recebendo esta comissão dos Açores. Quero
também dizer que é muito gratificante, porque é fundamental para Porto Alegre
ter essa irmandade presente em todos os momentos. Muito obrigado. Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h46min.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher –
às 14h47min): Estão reabertos os trabalhos.
TRIBUNA POPULAR
A Sra. Rosane Mosmann Pimentel,
representando o Conselho Regional de Fonoaudiologia, 7ª Região, está com a
palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo
ao Dia Mundial da Voz.
A SRA. ROSANE MOSMANN PIMENTEL: Ilustre Presidente da Câmara Municipal
de Porto Alegre; ilustres Vereadores; público presente nas galerias, quero
inicialmente agradecer o espaço nesta Tribuna, por estar aqui representando o
Conselho Regional de Fonoaudiologia no Dia Mundial da Voz. Meu nome é Rosane
Pimentel, eu sou Fonoaudióloga, especialista na área de voz e, há tempo,
trabalho com pessoas com problemas relacionados à voz e também pessoas que
querem desenvolver essa ferramenta de trabalho, de comunicação.
O
Dia Mundial da Voz surgiu em 1998, no Brasil, porque, infelizmente, o Brasil e,
em especial, o Rio Grande do Sul, são recordistas em câncer de laringe; está aí
o nosso ex-Presidente, infelizmente uma vítima dessa doença. Por isso surgiu
esse dia mundial, essa campanha que tinha, num primeiro momento, a finalidade
de gerar a prevenção de problemas vocais, já que a rouquidão é, muitas vezes, o
primeiro sintoma de problemas vocais que podem ser, ou não, malignos. E esse
sintoma, muitas vezes, é desvalorizado, desconsiderado, fazendo com que não
haja um diagnóstico precoce. Daí surgiu o Dia Mundial da Voz. Hoje esse dia
ganhou abrangência internacional, havendo diversos países que hoje celebram e
fazem atividades – países da Europa, os Estados Unidos, países da Ásia –, e
ganhou também uma abrangência maior, já que hoje não estamos só preocupados com
os problemas, com o câncer de laringe, mas também preocupados com as
possibilidades que essa ferramenta de comunicação, a nossa voz, pode
proporcionar; essa ferramenta de comunicação, essa ferramenta de emoção, essa
ferramenta de trabalho para tantos profissionais, não é mesmo? Entre esses
profissionais, eu incluo os políticos, que possuem uma demanda qualitativa e
quantitativa de voz. Quantitativa não preciso nem dizer, acho que todos vocês
já experimentaram situações de perda da voz ou rouquidão durante as campanhas,
e me digam se eu estou enganada! Qualitativa, eu acho que também não preciso
dizer quão importantes são as vozes dos senhores e senhoras na representação do
povo, já que vocês são a voz do povo, vozes que devem transmitir credibilidade,
confiança e força; sim, força na defesa do interesse da população.
Além
dos políticos, são também profissionais da voz jornalistas, operadores de telemarketing, fonoaudiólogos, militares
- cujas vozes devem transmitir, entre outras coisas, segurança e autoridade - e
os professores.
Eu
quero agora falar um pouquinho sobre esse profissional da voz que é tão
especial. Especial por quê? São profissionais que dão a voz pela educação. O
professor tem uma demanda quantitativa de voz, às vezes 20, 30, 40 horas em
sala de aula falando, e tem uma demanda qualitativa de voz, pois ele tem que
ser convincente, ele tem que transmitir autoridade. Quem aqui já não teve um
professor com uma voz monótona, que atrapalhou o processo de ensino-
aprendizagem? E quem aqui já não teve um professor absolutamente expressivo,
com uma voz que transmitia a informação de maneira a fazer com que a gente
aprendesse melhor, não é mesmo? Então, a voz do professor tem uma demanda
qualitativa e quantitativa.
Nós,
do Conselho Regional de Fonoaudiologia, estamos aqui tão preocupados com os
professores porque estamos acostumados a ver o sofrimento desse profissional ao
perder a voz, fruto da sua atividade profissional. Essa perda de voz vem,
muitas vezes, associada a doenças de laringe desenvolvidas pelo uso
profissional da voz. Daí a nossa preocupação com esse tema e com os
professores.
É
uma grande satisfação saber que esta Casa vem se preocupando com a questão da
voz do professor. É uma grande satisfação saber que essa Casa vem discutindo um
Projeto de Lei que prevê um Programa de Saúde Vocal para o professor das
escolas municipais de Porto Alegre. É uma pena que esse Projeto ainda não tenha
sido aprovado, mas, certamente, isso não aconteceu porque ainda precisa ser
mais discutido. E estamos muito comprometidos e aliados nesse Grupo de Trabalho
que se dispõe a discutir esse programa. O Conselho Regional de Fonoaudiologia é
parceiro desta Casa nesse trabalho e nessa discussão, e está, assim, parceiro,
porque nós, fonoaudiólogos, estamos cansados de ver que a sociedade, muitas
vezes, está de costas para o sofrimento do professor, que vai à sala de aula,
sem voz, tendo que ministrar 20, 30, 40, 60 horas semanais de aula!
Nós,
fonoaudiólogos, vemos o resultado disso no desenvolvimento de doenças de voz
muitas vezes difíceis de serem tratadas depois de um tempo. Então, nós estamos
aqui parceiros nesse Grupo de Trabalho e certos de que esta Casa vai ter olhos
para esses profissionais, semelhantemente a outras cidades que já possuem programas
de saúde vocal para professores.
Cabe
lembrar que os índices de problemas vocais nessa classe profissional é muito
elevado. Estudos recentes, realizados por Nelson Roy, no Brasil, mostram
prevalência de problemas de voz em cerca de 50% dos professores estudados. Esse
percentual é muito alto! Noventa por cento dos professores possuem queixas! É
muito alto! E esta Casa não está mais de costas para isso. Nós ficamos muito
felizes com isso e queremos dizer que, no Dia Mundial da Voz, somos parceiros
da Câmara Municipal de Porto Alegre nessa discussão da voz do professor! Muito
obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Convidamos a Sra. Rosane Mosmann Pimentel a
fazer parte da Mesa.
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Obrigada,
Presidente Mauro Zacher. Prezada Rosane, a clareza da tua exposição nos
fortalece a convicção de que é necessário um trabalho de orientação, um
trabalho de prevenção para o uso da voz. Via de regra, talvez só os cantores se
preparem para utilizar a voz na sua profissão. Eu fiz faculdade de Educação
Física e não lembro dessa disciplina ou de algum conteúdo relativo ao uso da
voz, mesmo que o professor de Educação Física ainda projete sua voz em espaços
abertos, com sol, com chuva, com poeira, com frio e com vento. Foi por muito
tempo marginalizado esse conhecimento técnico importantíssimo para a
preservação desse instrumento para a saúde do professor.
No nosso debate da semana passada, nesta Casa,
infelizmente, na minha opinião, não se chegou à profundidade e ao alargamento
que deveria ter. Acho que deveríamos ter garantido o texto integral do Projeto
de Lei que foi vetado, infelizmente, pelo Prefeito Municipal. E eu compreendo
esta Câmara, principalmente a base do Governo, no que diz respeito à
dificuldade em derrubar um Veto do Prefeito.
Quero encerrar dizendo que um dos artigos
vetados, que nós esperamos que ele se realize através do Grupo de Trabalho, é
fundamental e muito simples: diz que medidas devem ser efetuadas para a
proteção da voz dos professores, dentre elas a disponibilização de água para o
trabalho dos professores.
Quero parabenizar a luta do Crefono, que não é
um Conselho de gabinete, de normas técnicas, mas que está na vida, está nas
universidades, nos espaços públicos, provocando este debate e, tenho certeza,
provocando mudanças. Parabéns e obrigada por tua presença aqui, mais uma vez.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; senhora oradora da Tribuna Popular, Rosane
Mosmann Pimentel, quero cumprimentá-la por sua fala, pela forma doce, mas ao
mesmo tempo firme como sustentou ideias que são, de fato, muito importantes.
Quero me somar ao reconhecimento do valor da profissão e da necessidade que
temos de valorizar a voz como um instrumento de trabalho, não só como um
instrumento essencial da comunicação.
Eu
me lembro - e me permitam trazê-la - de uma passagem do Pe. Antônio Vieira que
fala muito a respeito da voz: ele dizia que é natural o responder; é tão
natural o responder, que, com ecos, os penhascos duros respondem. Por outro
lado, é tão desnatural o não responder, que aqueles que Deus fez surdos foram
feitos mudos também, porque, se ouvissem e não pudessem falar, arrebentariam de
dor. É muito bonito isso para dizer da importância de podermos vocalizar e
expressar aquilo que nós pensamos e também como elemento de trabalho.
Em
nome da nossa Bancada, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, dos
nossos Vereadores, quero me somar à sua fala e dizer que compreendo também a
necessidade de criarmos nos quadros do Município uma categoria especial que
contemple os fonoaudiólogos.
Somo-me
à manifestação da Ver.ª Sofia, no sentido de que não é só importante para os
professores. Eu me lembro - saí há pouco da Secretaria de Indústria e Comércio
– de que temos guichês, como é o caso do licenciamento ambulante, do
licenciamento localizado, da fiscalização, do Procon, cujos trabalhadores lidam
com o público o dia inteiro e utilizam, portanto, a voz todo o dia. Então, é
importante e necessário que não só os professores tenham essa assessoria, essa
assistência, mas que também os outros funcionários públicos do Município possam
ter um centro de referência, onde possam fazer, por exemplo, fisioterapia,
fonoaudiologia, um tratamento para distúrbios de voz, enfim para esses
transtornos do trabalho, da atividade laboral que nós sabemos que acabam se
manifestando ao longo da vida.
Portanto,
quero manifestar, em nome do nosso Partido, o apoio à sua causa, dizendo que
havia, na semana passada, um vício formal no Processo. Também lamento que,
naquele momento, não tenha podido ser acolhido, mas tenho certeza e manifesto a
minha esperança de que nós vamos avançar para construir um marco legal que
regulamente a profissão e que crie para os funcionários públicos a
possibilidade de ter esse apoio profissional. Parabéns e muito sucesso!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Elói Guimarães está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Presidente Mauro Zacher; Sra. Rosane
Mosmann Pimentel, quero saudá-la por sua brilhante intervenção feita da
tribuna, chamando a atenção para os aspectos da necessidade do cuidado da voz.
Não há atividade, seja ela de que ordem for, que não dependa basicamente da
palavra e da voz; portanto, traz V. Sa. para a Tribuna Popular este assunto altamente
importante não só para a vida daqueles que
têm diretamente como instrumento de trabalho a voz, mas para todos os que
exercem atividades que passam exatamente por essa ferramenta fundamental, que é
a voz. Meus cumprimentos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; minha
cara Rosane Pimentel, eu a cumprimento pelo esforço que faz, pelo trabalho
digno e pela responsabilidade que tem. De repente, também vou precisar de
fonoaudiólogo, porque estou sentindo que tenho dificuldades na voz.
Mas tenho mais dificuldade de entender os meus
Pares - pelo menos alguns deles -, que, parece, não sabem o que juraram naquela
tribuna quando assumiram a Câmara: que Executivo e Legislativo são dois Poderes
independentes a harmônicos.
No dia em que foi vetada parte da lei aqui
apresentada, tivemos todo o cuidado em falar com o representante dos
fonoaudiólogos, com o Professor Garcia, com o Prefeito, com a Secretária de
Educação, com o Secretário da Fazenda. O Projeto não foi vetado na sua
integralidade, porque se entendia da necessidade do mesmo. O Executivo disse
que, em 90 dias, teríamos um novo Projeto em que a Câmara participaria. Mas
ainda não vi a Câmara se movimentar para fazer com que isso começasse a
acontecer. Não deve ser o Líder do Governo quem vai fazer isso; há Vereadores
interessados que sabem mais do que o Líder do Governo a respeito do problema e
que devem constituir um Grupo de Trabalho - e fonoaudiólogos fariam parte desse
grupo, porque eles é que sabem, eles é que sentem.
O meu segurança, que é cantor, disse que precisa
cuidar da voz. Então, acho que está tudo certo, desde que se saibam os limites
- aqui é Executivo, e ali é Legislativo. Por favor, não interfiram um no outro,
porque dá problemas, como tem acontecido eventualmente, e, depois, dizem que é
a Bancada do Governo que cria problemas. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Agradecemos a presença da Sra Rosane Mosmann
Pimentel, representante do Conselho Regional de Fonoaudiologia da 7ª Região.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h05min.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher – às 15h06min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. LUIZ BRAZ
(Requerimento): Sr. Presidente, eu solicito que passemos ao período das
Comunicações, porque temos uma homenagem a fazer pelo Dia do Exército. Eu
pediria que V. Exa. colocasse isso em votação, por favor.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O 1º Secretário procederá à leitura das
proposições.
O SR. 1º SECRETÁRIO (Carlos
Todeschini): (Lê as
proposições apresentadas à Mesa.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Passamos às
COMUNICAÇÕES
Hoje, este período é destinado a assinalar o Dia do Exército Brasileiro, nos termos do
Requerimento nº 017/12, de autoria do Ver. Luiz Braz, Processo nº 0548/12.
Convidamos
para compor a Mesa: o Sr. Carlos Bolivar Goellner, Comandante Militar do Sul,
General-de-Exército, e o Sr. Roberto Fantoni Saurin, General-de-Divisão.
Convidamos
todos os presentes para cantar o Hino Nacional, que será executado pela
Fanfarra do 3º Regimento de Cavalaria de Guarda, conduzida pelo Subtenente
Carlos Alberto.
(Executa-se o Hino Nacional pela Fanfarra do 3º
Regimento de Cavalaria de Guarda.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Luiz Braz, proponente desta
homenagem, está com a palavra em Comunicações.
O SR. LUIZ BRAZ: Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal
de Porto Alegre, Ver. Mauro Zacher; Exmo. Sr. Comandante Militar do Sul,
General-de-Exército Carlos Bolivar Goellner; Exmo. Sr. Comandante da 3ª Região
Militar, General-de-Divisão Roberto Fantoni Saurin; representante da Prefeitura
de Porto Alegre, Tenente Paulo Rogoski; Sr. Assessor Parlamentar, Coronel
Marcelo Cantagalo; o Sr. Comandante do CPOR, Coronel Valdir Silva Filho; Sr.
Comandante do 3º Batalhão de Comunicações, Tenente-Coronel Aloisio Pires
Ribeiro Filho; Sr. Comandante do 3º Batalhão de Polícia do Exército,
Tenente-Coronel Otávio Rodrigues de Miranda Filho; Sr. Presidente do Conselho
Deliberativo do GBOEX, Coronel Antonio Carlos Carneiro; Sr. Diretor-Presidente
da Diretoria Executiva do GBOEX, Coronel Sérgio Renk; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, esta homenagem que nós vamos fazer aqui, hoje, na nossa
Câmara Municipal, com toda a certeza deve conter as ações e os atos principais
em que esteve envolvido o Exército Brasileiro, que são ações e atos que nos
enchem de orgulho por representarem momentos vitoriosos, momentos de muita
coragem, de muita decisão, de muita disciplina por parte dos componentes do
nosso Exército.
Eu
não poderia deixar de iniciar este meu discurso sem falar exatamente daquele
que é conhecido hoje como o Patrono do Exército Nacional, o Caxias, porque foi
ele que evitou a fragmentação da sociedade brasileira, dos nossos Estados,
lutando nas diversas regiões do nosso País, como aconteceu aqui, na Guerra dos
Farrapos, fazendo com que o Brasil pudesse se manter absolutamente unido.
Então, com toda a certeza, uma referência muito especial a Caxias por tudo
aquilo que ele representa não apenas para o Exército Brasileiro, como para
todos nós, como Nação.
Quero
fazer também uma referência a uma outra participação do Exército Brasileiro.
Nós, que somos a Nação brasileira, talvez tenhamos uma visão um pouco
diferente, mas não podemos deixar de citar a bravura e a coragem do nosso
soldado, quando esteve integrando a Tríplice Aliança.
É
claro que as discussões que se fazem, General, são mais no campo político, se
nós deveríamos, naquela época, como Nação, estar integrando ou não a Tríplice
Aliança; mas essa é uma discussão política que se faz e que forma, inclusive,
correntes, e, por isso mesmo, eu faço apenas questão de realçar a participação
do Exército Nacional como uma força que dignificou a nossa Nação naquele
episódio.
Tudo
isso sem contar que nós temos um Exército cujo perfil foi cunhado numa época em
que ainda estávamos vivendo o Império. Era exatamente naquela moderação do
nosso Imperador que se seguiu a trajetória toda do Exército Nacional.
Nós
não temos um Exército atrevido, que desafia outros povos, que invade nações,
mas nós temos um Exército que está aí, exatamente, para defender as nossas
fronteiras, para lutar pela segurança do nosso povo, e, principalmente, eu
diria, nos tempos atuais, para agir como moderador em guerras fratricidas que,
muitas vezes, são levadas a efeito em muitas regiões do nosso Planeta, onde
está o nosso Exército participando de uma forma corajosa também, como algodão
entre cristais, para fazer com que a paz possa reinar novamente entre os povos
litigiosos. (sic.)
Mas
não é só isso, porque, afinal de contas, além de agir dessa forma corajosa, tem
outra forma corajosa dos homens que formam o nosso Exército agirem, que é em
momentos de catástrofe, como naquela situação que aconteceu no Haiti, há bem
pouco tempo; e lá está ainda a nossa tropa, fazendo com que aquelas pessoas
possam sofrer um pouco menos e até fazer uma coisa muito especial, trazendo
para nós um conhecimento que nós não tínhamos a respeito das relações daquela
gente. Isso faz com que, muitas vezes, o amor existente entre os dois povos
possa ser aumentado por uma ação decisiva do nosso Exército Nacional. Sem
contar, é claro, com as participações que tivemos, e que muito nos orgulham, na
Segunda Guerra Mundial, em que, segundo a história, tivemos 400 baixas, e a
nossa tropa conseguiu fazer 15 mil prisioneiros naquela época.
Mais recentemente, temos que fazer referência à
modernização, através de uma tecnologia bastante avançada que é utilizada,
principalmente, na construção de blindados e também para que a segurança do
nosso Exército possa se dar de uma maneira mais efetiva, através da Imbel, que
é uma das empresas que faz esse trabalho, e também do Instituto de Pesquisa,
que trabalha no sentido de prospectar métodos, maneiras, tecnologias, para
fazer com que o homem possa ter menos riscos, e o Exército possa fazer um
trabalho melhor em defesa da nossa sociedade, em defesa da paz - não apenas
dentro do nosso território, mas em defesa de uma paz mundial.
O Sr. Valter
Nagelstein: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Ver. Luiz Braz, quero cumprimentá-lo pela iniciativa e dizer que a Bancada do PMDB - em meu nome,
em nome do nosso Líder, Ver. Idenir Cecchim, do Ver. Haroldo de Souza, do Ver.
Sebastião Melo e do Ver. Professor Garcia - se soma à sua homenagem, porque o
Exército Brasileiro representa, como bem diz V. Exa., a própria essência da
nossa Pátria. Não é possível nós olharmos o Brasil e a sua constituição
continental sem lembrarmos do Pacificador; não é possível nós olharmos para as
ameaças que o nosso País sofreu sem lembrarmos de Osório e de suas cargas de
cavalaria na Guerra do Paraguai; e não é possível imaginarmos o Brasil do
futuro com todas as suas potencialidades e suas riquezas nacionais, se nós não
tivermos o nosso Exército Brasileiro forte, como tem sido ao longo da nossa
História.
Portanto, a nossa homenagem a V. Exa. pela
lembrança, pela propositura, e a nossa homenagem, Sr. Comandante, a todo
Exército Brasileiro, na sua pessoa, tendo a certeza de que, se algum dia, as
nossas riquezas nacionais, a nossa integridade e a Pátria forem ameaçadas, nós
todos temos a convicção de que a primeira linha de frente, não há dúvida
nenhuma, que dará o seu sangue para que preservemos a história do nosso País e
tudo que nele foi conquistado, será do nosso glorioso Exército Brasileiro.
Parabéns e vida longa ao Exército.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.)
Especialmente queria
cumprimentar o Sr. Comandante do 3º Batalhão de Polícia do Exército,
Tenente-Coronel Otávio Rodrigues de Miranda Filho; faço esse cumprimento
especial porque lá servi, na PE. Um cumprimento todo especial e carinhoso
também ao nosso Comandante da minha Companhia, à época, Cel. Sérgio Renk.
Vereador,
essa semana, acompanhando os noticiários daquelas revoltas lá na Amazônia,
comecei a entender melhor o porquê da preocupação dos senhores, de muito tempo.
Parabéns!
Vossa
Excelência, há pouco, citava Castelo Branco, um oficial importante brasileiro
que combateu lá na 2º Guerra Mundial. É verdade. Lamentavelmente, quando nós
passamos pela Av. Castelo Branco, estamos vendo uma frase muito triste, mas a
democracia também traz essas coisas que nós não aceitamos, mas observamos.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. LUIZ BRAZ: Muito obrigado, meu querido amigo Ver.
Bernardino Vendruscolo.
Por
último, eu quero realçar, Srs. Generais e senhores do Exército, Srs. Vereadores
e Sras. Vereadoras, o trabalho magnífico que o Exército tem feito no campo da
Educação, através desses jovens que ocupam as diversas escolas militares e que
têm sido, realmente, uma referência para todos os outros jovens, com relação à
disciplina e com relação à qualidade do ensino ministrado nessas escolas.
E
quero aqui, Sr. Presidente - meu querido amigo Ver. Mauro Zacher -, também
destacar o trabalho maravilhoso que faz aqui o Coronel Marcelo Cantagalo, como
representante do Exército, dentro desta Casa, e que, com certeza, faz com que
nós sempre tenhamos notícias do Exército e possamos mandar também notícias
nossas para o Exército, a fim de que essa reciprocidade possa se dar de uma
maneira satisfatória para a convivência de duas instituições, como é o caso da
Câmara Municipal de Porto Alegre e do Exército Nacional.
O Sr. Newton Braga Rosa: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Recentemente,
eu vi uma manifestação do Presidente Obama, quando ele se dirigia ao seu poder
militar com as seguintes palavras: “sem o poder militar ostensivo, não existe
liberdade de imprensa neste país, não existem direitos humanos neste país, não
existem liberdades individuais neste país”, referindo-se à nação americana.
Não podemos também esquecer, como bem lembrado
pelo orador, da importância da formação de jovens. Nós temos no Colégio
Militar, que completou, há 15 dias, cem anos de existência, uma fonte
permanente de formação de jovens com melhor ensino que se possa imaginar,
atestado de todas as formas, que nós temos ao nosso alcance para avaliar.
Finalmente não podemos esquecer da importância
do Exército em alguns momentos importantes não só da soberania brasileira, mas,
principalmente, do desenvolvimento tecnológico da Nação. Não podemos esquecer
da importância que teve o Exército no desenvolvimento de veículos e de
equipamentos que, de outra forma, não teria colocado o País no patamar em que
se encontra.
Lembro-me ainda da divisão de levantamento, que
foi responsável, durante décadas, pela marcação das nossas fronteiras. Num
período em que não tínhamos as tecnologias de hoje, o Exército, mais uma vez,
naquela ocasião, cumpriu o seu papel. Temos certeza do relevante serviço que a
nação não só espera, como vai ter sempre do Exército Brasileiro. Muito
obrigado.
O SR. LUIZ
BRAZ:
Muito obrigado. Imaginem, são 15 mil quilômetros de fronteiras. Se melhor
trabalho não é feito nas nossas fronteiras, não é por culpa do Exército
Nacional, e, sim, por culpa de uma política que, infelizmente, ainda não tem
uma definição.
A Srª Sofia
Cavedon: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, eu gostaria
de me somar, os Vereadores da Bancada do PT também, o Ver. Carlos Todeschini,
em especial, que está aqui, neste momento, às homenagens ao Exército
Brasileiro.
Nós sabemos da importância de uma instituição
como essa, a seriedade e respeitabilidade que tem, principalmente o exemplo de
patriotismo, de dignidade e de soberania. Acho que o Brasil conta com o
Exército Brasileiro para enfrentar tantos dilemas; por isso, hoje é exemplo de
superação para o mundo.
Então, nós queremos uma grande força, que ele
continue redimensionando as suas funções em cada homem e mulher que ocupa um
espaço no Exército Brasileiro, homens e mulheres que têm toda uma vida e que,
muitas vezes, não é
enxergada pela padronização da roupa, do uniforme, mas o povo brasileiro sabe
que, atrás de cada uniforme, há um ser humano que tem uma missão muito
importante, que está crescendo com o Brasil. O Exército é uma instituição que
se renova, que constrói um futuro melhor para o País, junto com o Brasil, Ver.
Braz. Parabéns! (Palmas.)
O SR. LUIZ BRAZ: Obrigado, Ver.ª Sofia Cavedon.
Eu
disse, no início, que iria citar aqui várias ações do Exército Nacional; não
posso terminar a minha fala, Ver. João Bosco Vaz, sem falar no trabalho do
Marechal Rondon, que fez, praticamente, uma redescoberta do Brasil, trazendo a
nós o conhecimento de determinadas fronteiras que desconhecíamos por completo.
Hoje, em algumas regiões, principalmente na região amazônica, há alguns locais
a que nós, como povo, como Nação, ainda não temos condições de chegar, mas lá
está o Exército Nacional fazendo com que possamos concretizar essa conquista
que fizemos do Brasil, essa descoberta que fizemos dessa região que ainda não
conhecemos no seu todo. É o Exército Nacional que faz esse trabalho
maravilhoso, para que possamos, quem sabe, um dia, ser um povo bastante unido,
bastante forte, solidário e, com toda a certeza, com um Exército que possa
garantir, sempre, a nossa segurança. Parabéns a todos vocês do Exército
Nacional! (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Muito obrigado, Ver. Luiz Braz.
O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Em nome,
General, do PTB – Partido Trabalhista Brasileiro –, aqui representado pelos
Vereadores Brasinha, Dr. Goulart, DJ Cassiá - queremos saudar o Dia do Exército
Brasileiro.
Falar
no Exército é falar do Brasil, é falar da Pátria comum. Temos dito, ao longo do
tempo, nesta Casa, porque, todos os anos, aqui vem o Exército para receber da
Cidade o agradecimento, enfim, a gratidão pelo que ele faz e fez ao longo da
história. Não há acontecimento da história brasileira em que o Exército não
estivesse presente nos momentos mais difíceis da Pátria, o Exército está e
esteve presente, como na Batalha dos Guararapes, nasce o Exército Brasileiro. É
sob o fogo serrado que o Exército Brasileiro, os homens e mulheres de
Guararapes expulsam aqueles que queriam dominar o nosso País. Ele vem, ao curso
da história, desempenhando um papel que reputo fundamental.
Quero
colocar aqui - aliás, não digo nada inédito - que o Exército tem um papel
moderador nos mais diferentes momentos da história brasileira.
Um
País como o Brasil, um continente, onde temos a Amazônia, a biodiversidade, 15
mil quilômetros de fronteira, o Pré-Sal e o Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro,
onde está o Exército, evidentemente comandado por decisão política, cívica,
dando condições à vida no Rio de Janeiro; já que praticamente todos sabem que o
Rio estava sendo destruído. Lá, por decisão maior da Presidência da República,
o Exército chegou e está dando condições socioculturais, entre outras.
Então,
este é o Exército, este é o Exército de Caxias, o Exército de Guararapes,
sempre presente, ao longo da história, servindo; por isso nós temos,
reiteradamente, dito que nós precisamos ter um Exército do tamanho do Brasil
para defendê-lo; essa é a função do Exército, guardião que é das instituições.
São esses homens e mulheres os guardiões maiores da Constituição brasileira,
das suas fronteiras e das suas instituições, pelo papel e a função que eles têm
na Constituição, na Pátria e pela Pátria. O Exército é que foi aos campos
buscar a democracia lá, na Guerra Mundial, quando o Brasil e o mundo
enfrentavam as dificuldades todas. Foram os nossos soldados, soldados
brasileiros, que, ao lado dos aliados, garantiram, hoje, o mundo em que estamos
vivendo: o mundo de democracia, o mundo de liberdade; portanto...
(Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Sr.
Carlos Bolivar Goellner, General-de-Exército e Comandante Militar do Sul
está com a palavra.
O SR. CARLOS BOLIVAR GOELLNER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, senhoras e senhores, a Ver.ª Cavedon me deu um susto quando falou
em mulheres e homens do Exército. E eu olhei para ver se havia algumas
mulheres, e tem.
Vou
acrescentar algumas coisas sobre o Exército Brasileiro, já que os oradores
anteriores contaram um pouco da nossa História. Vou dizer algumas coisas do
Exército de hoje, as quais julgo importante para a convivência de todos nós.
O
Exército Brasileiro nascia há 364 anos, no dia 19 de abril de 1648, na Batalha
do Guararapes.
Desde aquele momento, o Exército Brasileiro esteve presente em todos os
momentos críticos da Nação brasileira. Sabemos que o Exército de hoje não é o
mesmo Exército de ontem; é evidente que ele evoluiu, mas este Exército mantém
as tradições e os mesmos ideais e valores de sempre: lealdade, confiança,
patriotismo, coragem e honra. Somos um Exército só, o Exército da ativa e o
Exército daqueles que estão em reserva, e procuramos cumprir com fidelidade as
missões constitucionais, quais sejam, defender a Pátria; garantir os poderes
constitucionais; garantir a lei e a ordem -recentemente agregados -; cumprir as
atribuições subsidiárias, que é participar de movimento nacional, interesses
sociais e defesa civil; participar de operações de paz e apoiar a política
externa do País.
Estamos nos preparando para o futuro por meio de
um programa de transformação, tendo como referência a Constituição até chegar à
Estratégia Nacional de Defesa com vontade e gestão aprimorada, pois é uma
transformação impositiva devido à crescente estatura do Brasil - e nós temos
que estar compatíveis com ela -, às mudanças constantes no ambiente em que
vivemos e ao convívio de, no mínimo, três gerações. É impositivo esse processo
de transformação, porque nós temos que defender um País que é autossuficiente e
que é um continente; autossuficiente em alimentação, água, energia e
biodiversidade, algo que falta no mundo.
Nesse processo de transformação, eu cito alguns
programas estratégicos importantes: o Sistema de Vigilância de Fronteira, que
visa, com meios tecnológicos, tornar mais efetiva a vigilância de toda a nossa
fronteira terrestre; o Projeto Proteger, que visa criar um sistema para
proteger as nossas infraestruturas estratégicas - 90% delas equivale a 96%
indiretamente no nosso PIB - e participar da segurança de grandes eventos; e o
Projeto de Defesa Cibernética, que envolve todos nós, todos os dias, em todas as situações.
Parece
um paradoxo, mas nós, profissionais da guerra, estamos atualmente em constante
busca da paz e da moderação, baseadas na dissuasão da nossa missão de defender
a Pátria e em 80 missões diárias que cumprimos, desde a participação no Haiti,
uma operação de paz; a Operação Arcanjo, no Rio de Janeiro, que chamamos de
Força de Pacificação; missões de paz em 15 países, em todos os continentes;
apoio à Defesa Civil; apoio ao desenvolvimento nacional, ao Meio Ambiente; e
intensificação de faixa de fronteira.
Não
pautamos o nosso trabalho nos parâmetros atuais de busca de status, poder ou riqueza; não é esse o
nosso objetivo, mas no estrito cumprimento do dever e das missões e na busca de
meios - isso nós buscamos - para bem trabalhar e não expor os nossos homens a
riscos desnecessários e para dar uma vida mais digna às nossas famílias.
Não
somos pautados pelo pragmatismo flexível, mas pela lealdade, honra e confiança;
confiança entre nós, militares, pois essa confiança é fundamental para
exercermos algo que só nós temos, qual seja, a responsabilidade ilimitada - ou
seja, nós temos a capacidade de dar ordem para alguém colocar em risco a sua
vida; então, é fundamental que nós tenhamos confiança entre nós -, e confiança
na Nação, bem como confiança da Nação, pois ela é a nossa razão de ser.
Agradeço,
em nome do Exército, aos senhores e senhoras Vereadores a homenagem, e, por
meio dos senhores, agradeço à população de Porto Alegre que nos acolhe. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Convidamos todos os presentes a cantar o
Hino Rio-Grandense e, logo após, a Canção do Exército, executados pela Fanfarra
do 3º Regimento de Cavalaria de Guarda, conduzida pelo Subtenente Carlos
Alberto.
(Executa-se
o Hino Rio-Grandense e a Canção do Exército pela Orquestra Fanfarra do 3º
Regimento de Cavalaria de Guarda.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Agradecemos as presenças das senhoras e
dos senhores e damos por encerrada esta homenagem.
Vamos
suspender os trabalhos por cinco minutos para as despedidas e, posteriormente,
para a abertura da exposição “São Miguel
das Missões - Arte e Cultura dos 7 Povos”, que reúne desenhos do arquiteto espanhol José Maria Plaza
Escrivá.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h55min.)
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Zacher – às 16h5min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. ADELI
SELL (Requerimento): Sr. Presidente Mauro Zacher, quero entregar a V.
Exa. um Requerimento que diz o seguinte (Lê.): “Eu, Adeli Sell, requeiro que a
Presidência e a Mesa Diretora verifiquem possível nepotismo em nossa
instituição, para que esta Casa se resguarde e mantenha sua tradição de defesa
da ética e da lei. Adeli Sell, Vereador.”
(O Ver. Adeli Sell procede à entrega do
Requerimento ao Presidente.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Encaminharemos para a nossa Procuradoria.
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo da Ver.ª Sofia Cavedon.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Mauro Zacher; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; demais
presentes e também aqueles que nos acompanham, agradeço aqui o espaço de
Comunicações cedido pela Ver.ª Sofia Cavedon. Quero abordar este tema, peço que
a câmera registre aqui o tema denominado “Guaíba Esverdeou”. (Mostra jornal.)
Não é um fenômeno novo; quando eu fui Diretor do DMAE, em determinado grau,
também aconteceu esse fenômeno. E nós temos, como consequência, os problemas de
qualidade de água de distribuição pública: o cheiro terroso, o odor, o gosto
desagradável que temos na nossa água. Isso não é um fenômeno novo, como eu
disse, é um fenômeno também vinculado aos problemas geológicos do lago Guaíba,
ou seja, as águas que aqui chegam são águas que encontram um lago que tem um
regime hidrológico alterado, uma baixa sedimentação nas épocas de pouca chuva e
uma profunda infiltração de luz; por isso há o fenômeno de superfloração de
algas, que deixam o lago verde. Ou, em outras palavras, há também a
eutrofização do lago, que acontece pela combinação de estiagem, água quente,
água limpa e fertilizantes.
Ver. João Dib, é disso que quero tratar, porque
eu penso que, com relação a uma parte do problema, não há o que fazer de fato.
O Guaíba é um manancial que fornece uma quantidade fantástica de água, cerca de
1,3, 1,8 milhão de litros por segundo, ao passo que a cidade de São Paulo, que
consome 70 mil litros por segundo, produz 70 mil. Eles não têm mais para onde
expandir os mananciais, e a cidade tende a entrar em colapso, em pouco tempo,
por falta d’água. Não é o nosso caso aqui, nós não temos problema de
quantidade, mas temos problemas graves de qualidade. Algumas coisas são
inevitáveis aqui, mas outras poderiam ser evitadas. Por exemplo, a eutrofização
ou a superfloração de algas é alimentada, é nutrida pelos fertilizantes das
lavouras de irrigação que temos na margem. E ela é também estimulada pelos
esgotos não tratados que são jogados no manancial, e são muitos! Nós temos o
fenômeno metropolitano; as águas que chegam em Porto Alegre ainda são pouco
tratadas. Nós temos as Estações em Gravataí, em Canoas, em Alvorada, em
Cachoeirinha, e elas não estão dando conta de tratar os esgotos adequadamente;
por isso o fenômeno se amplia.
É a mesma coisa em Porto Alegre. Nós já deveríamos
ter uma efetividade maior no tratamento de esgotos. Eu já mencionei aqui, há
poucos dias, que temos os sistemas de tratamento implantados, por exemplo, em
Belém Novo, e ele não está funcionando; nós temos o sistema Cavalhada, onde foi
feita uma rede enorme que deverá entrar, em parte, em operação quando a ETE for
inaugurada, talvez no fim do ano, mas também nem todos os esgotos estão
conectados; talvez metade dos esgotos ainda não esteja conectada. Quando
combinados estes fenômenos – estiagem, calor e água limpa – com os esgotos,
temos o descontrole na proliferação de algas. Aí nós temos o fenômeno, e essa
água é a única água possível de ser distribuída na Cidade, mas com qualidade
muito ruim. É uma água muito degradada, e todos podem sentir na torneira, no
café, no preparo dos alimentos, no suco, enfim, em qualquer utilização que se
fizer da água para consumo, veremos essa questão. Esse é um problema que se
agrava também, porque a questão das toxinas produzidas pelas algas requer
cuidados muito especiais no tratamento; se não forem tratadas, podem gerar
prejuízos à saúde dos consumidores, dos usuários da água. O fenômeno ainda é
grave porque produz uma grande elevação do PH, causando problemas de pele
bastante sérios. Então, faço este registro, porque é preciso tomar algumas
atitudes que são possíveis de serem tomadas.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Tarciso Flecha Negra.
O SR. NELCIR
TESSARO: Sr.
Presidente, Ver. Mauro Zacher; colegas Vereadores, Vereadoras, quero agradecer
aqui ao Ver. Tarciso a cedência de seu tempo. Ocupo esta tribuna justamente
para falar de um problema que Porto Alegre já deveria ter resolvido, mas que
não resolveu até o momento. Nós estamos vendo, pelos sindicados – o Sinduscon
na semana passada se manifestou – e também por um debate anunciado por uma
emissora para saber por que Porto Alegre não cresce no número de habitações
sociais no Programa Minha Casa, Minha Vida, por que Porto Alegre está como a
oitava colocada entre as cidades do Estado do Rio Grande do Sul, por que,
dentre as cidades do Brasil, está pelo 52º lugar na construção de habitações
sociais. É o problema da falta de construtoras? É o problema da burocracia? É o
problema da Caixa? Enfim, onde está o problema?
Nós fomos até a Caixa, na sexta-feira, para
saber se realmente o problema é a falta de recursos. A informação da Caixa
Econômica Federal é que recursos existem, mas os projetos não são aprovados
nesta Capital. Os projetos prioritários desta Cidade não são aprovados, porque,
até sair a DM e o EVU, demora um ano nesta Capital. Aí o recurso já retornou
para Brasília, e tem-se que pleitear recurso no ano seguinte. E assim a roda
anda, e essas pessoas que moram nas ilhas, nas encostas de morros, embaixo de
pontes estão sofrendo cada vez mais e vão passar um inverno dos piores nesta
Capital.
Eu digo isso, porque é inadmissível, num momento
em que temos dinheiro federal à disposição do Governo Municipal, nós
continuarmos com esta burocracia e não termos um plano municipal de habitação.
Nós temos um plano que foi feito, que está na cartilha, que está no papel, mas
que não foi posto em prática. Nós temos terrenos do Município, como na Av.
Manoel Elias, destinados à Vila dos Coqueiros; o Ver. Paulinho Rubem Berta
briga sempre; estamos há quatro anos aguardando iniciar um projeto habitacional
lá. Está lá o terreno, já esteve ocupado, já foram retiradas as famílias, está
à disposição para se construir e não sai do papel nunca.
(Aparte fora do microfone do Ver. Paulinho Rubem
Berta.)
O SR. NELCIR
TESSARO: Está
ocupado ainda, me informa o Ver. Paulinho Rubem Berta. Vejam bem! Um terreno
destinado a famílias que estão em situação precária, como na Vila dos Coqueiros,
está ocupado por outras pessoas. Esse problema de ocupações em Porto Alegre
cada vez cresce mais justamente pela inércia.
O Sr. Paulinho
Rubem Berta: V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Obrigado. Ver. Nelcir Tessaro, o senhor sabe que aquela luta ali não é de dois
anos, três anos, quatro anos, é uma luta de mais de oito anos durante os quais
nós conseguimos armazenar – se é a palavra correta – recursos dentro do OP para
a compra da área! E agora, tudo acertado, a empresa não se manifesta, a área já
foi ocupada, tinha sido destinada... Aquelas pessoas estão esperando, e mais um
inverno elas vão enfrentar dentro do arroio do Passo das Pedras.
O SR. NELCIR
TESSARO: É
verdade, tanto aquelas famílias como as famílias da Vila da Conquista, que é
bem ao lado. Eu me lembro de que o Ver. Toni Proença participou muito
ativamente na época em que nós fizemos uma permuta de área por índice para
facilitar para as 400 famílias ali, próximo à Fapa. Foi em 2007, faz cinco
anos, e até hoje está nas mesmas condições.
Então,
nós não podemos mais, aqui nesta Casa, mediar, através da CUTHAB e da
CEDECONDH, justamente para que os Projetos possam andar e favorecer as pessoas
que mais precisam, quando vemos que, na ponta, a matéria não anda. Eu tenho a dizer
que isso é lamentável!
No
momento em que se anuncia o Minha Casa, Minha Vida 3 e que nós temos agora os
Municípios de até 50 mil habitantes sendo privilegiados, e aqui, em Porto
Alegre, eu vi um grande anúncio, e foram duas mil unidades habitacionais em um
ano. Com toda a certeza, já que o recurso é federal e temos recursos, é
possível, sim, contratar dez mil habitações em um ano. Eu só tenho a dizer que
é lamentável! Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Toni Proença está com a palavra
em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra em
Comunicações.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, eu estava conversando agora com o meu colega de Partido Valter
Nagelstein sobre a sorte que nós temos, nesses últimos anos, com o Prêmio de
Prefeito Empreendedor.
Este
ano, através de um Programa da SMIC, o Prefeito José Fortunati e o Secretário
Valter ganharam, na categoria do Microcrédito, o Prêmio de Prefeito Empreendedor.
Em
2006, o Prefeito Fogaça, com uma pequena colaboração minha, ganhou o Prêmio
Estadual e o Prêmio Nacional pelo Programa Alvará na Hora. Foi um sucesso no
Estado, um sucesso no País.
No
ano seguinte, ganhamos o Prêmio Temático de Projetos Especiais, com o Projeto
Fruticultura na Zona Sul de Porto Alegre, Ver. Comassetto.
Então,
no Sebrae, na qualificação e na modernização da administração, a Prefeitura
Municipal de Porto Alegre, nos últimos anos, tem dado uma boa demonstração de
competência.
Hoje
eu queria trazer mais uma comunicação para quem não leu ainda - a maioria já
sabe, mas não leu -, que é a seguinte manchete: (Mostra a revista Veja.) “Eles querem
apagar o ‘mensalão’.” Cartilha stalinista, Rui Falcão, Presidente do PT, que
ensina que, se mentir sempre a mesma coisa, vale como verdade.
O Ver. Carlos Todeschini não gosta muito da
revista Veja, mas agora não está só na revista Veja, está em todos os jornais
do Brasil. Está no Supremo Tribunal Federal, que vai julgar. E o Ver. Mauro
Pinheiro, que leu e conhece bem este assunto, já me alertou. Com o Demóstenes,
está quase toda a Grécia aqui, Ver. Mauro Pinheiro: é o Demóstenes e o
Protógenes. Então, não é só o PT, não; não é só o PT; tem gente do PMDB, tem
gente de todos os Partidos. Agora, tem essa nova “Grécia” que apareceu lá no
Congresso, o Demóstenes e o Protógenes... O Protógenes é do PCdoB, não é do PT.
O Sr. Carlos
Todeschini: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para registrar, de novo:
não retiro nada do que eu disse, já cancelei a assinatura da revista Veja há
mais de cinco anos; é um órgão que não merece crédito. Mas, agora, pelo menos,
ela tem uma questão que deixa muito clara a sua posição: que ela é vinculada a
um partido político; agora, ela assume o papel de porta-voz oficial de um
Partido político conservador no Brasil. Agora, está bem; agora, ela esclarece;
o pior seria se ela continuasse posando de veículo isento e continuasse fazendo
as vezes e o papel de um Partido.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Obrigado
pelo aparte, Ver. Todeschini. Eu
quis fazer justiça a V. Exa. quando citei que o senhor não gosta da revista - e
é um direito que o senhor tem.
Agora, nesta mesma revista, eu li uma entrevista
do Presidente Lula - eu prometi aqui que, enquanto ele estivesse doente, eu não
o criticaria mais, mas agora ele recebeu alta total, graças a Deus, e está com
plena saúde, então, podemos criticar novamente -, em que ele dizia, em Paris,
que o PT fez aquilo que todos os Partidos fazem. Olha, eu levei um susto,
naquela época, mas, agora, eu vejo que o Presidente tinha razão; ele sabia
antes de nós que, por exemplo, o Orlando Silva, do PCdoB, tinha coisa ruim lá e
era do Ministério dele. E vejo agora, o Ver. João Bosco conheceu bem o Ministro
Orlando Silva, não é?
(Aparte fora do microfone do Ver. João Bosco
Vaz.)
O SR. IDENIR
CECCHIM: Só
o cantor Orlando Silva; ele desconhece o Ministro. Mas, agora, aquele delegado
tinhoso, aquele que pegava banqueiro, que não tinha medo de nada, o Dr.
Protógenes Queiroz, do PCdoB, dando consultoria para alguém que desviou... E
ele ensinou como se portar na Delegacia. Vejam só! Deputado do PCdoB, delegado,
ferrenho, brabo, valente, ensinando como se faz para desviar dinheiro! Agora eu
vejo que desses Partidos foi de onde saíram o Ali Babá e os quarenta.
Aprenderam lá, eles eram amadores! Aprenderam lá a desviar dinheiro público.
Então, Demóstenes e Protógenes, Aristóteles se
vira no túmulo sabendo o que vocês estão fazendo aqui. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA:
Sr. Presidente; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, todos os que nos assistem,
é, a gente vai vivendo e vai aprendendo e nunca consegue entender aonde a vida
vai nos levar.
Eu subi à tribuna - até nem ia me pronunciar
hoje, mas subi - para continuar o que o Ver. Nelcir Tessaro colocou.
Eu sei que todo o mundo precisa morar. E eu,
como líder comunitário que sou, sou uma das pessoas que mais têm brigado nesta
Cidade para que todos tenham uma habitação digna, como muitos companheiros
dentro desta Casa e muitos nas Secretarias do Governo; e muitos até da oposição
brigam, lutam, se sacodem de todas as formas para dar habitação a quem merece,
Ver. Todeschini. E nos apresentaram, há vinte e poucos anos, um sistema em
Porto Alegre: o sistema do Orçamento Participativo, que dizia o seguinte:
organizem-se, organizem a comunidade, pleiteiem junto ao Orçamento
Participativo recursos, para que nós possamos organizar o setor de habitação na
cidade de Porto Alegre. Nós pegamos ao pé da letra, principalmente as
lideranças do Eixo da Baltazar, e começamos a trabalhar a questão,
principalmente daqueles que mais precisavam, Ver. Kevin Krieger. O senhor conhece
muito bem, porque eu sei que visitou por várias vezes o Jardim dos Coqueiros, o
arroio do Jardim dos Coqueiros, P4, P5,
P6, P7, P1, P2... Àquelas famílias, a cada inverno que vem, a FASC - na qual o
senhor muitas vezes atendeu, a qual o senhor comandava com muita competência -
tinha que mandar, e tem que mandar, colchões, cesta básica, cobertor, toalhas,
roupas para crianças, alimentação, enfim, batalhar. Muitas vezes eu encaminhei
solicitação ao senhor para atender àquelas pessoas.
Muito
bem, mas esse povo foi organizado para o Orçamento Participativo e lá
conquistou quatrocentos e poucos mil reais para a compra de uma gleba de terra,
na Manoel Elias, para o assentamento deles. O Ver. Dr. Goulart, hoje, já
contemplou mais famílias colocando no Programa Minha Casa, Minha Vida e
montando um projeto para 250 apartamentos que daria para essas famílias. E, na
hora de começar a construir, foi ocupado. Foi ocupado não por essas pessoas,
mas por outras que também precisam, que também não têm onde morar. Isso deixa
cada vez mais escancarada, em Porto Alegre, a necessidade de construção de
habitações, mas não se faz habitação sem organização, sem respeitar a lei.
Agora
eu pergunto: o que vamos fazer? Se tirarmos todos os que estão em cima daquela
área, vamos botar gente no meio da rua, que precisa morar; se deixarmos essas
pessoas lá, essas famílias que estão em cima do arroio, valão, como queiram
chamar, do Passo das Pedras, no Jardim dos Coqueiros, estaremos sendo
totalmente desleais com essas famílias que conquistaram, no Orçamento
Participativo, a sua casa própria, o seu sonho, o direito de abrigar os seus
filhos, que estão dentro d’água! Eu tenho fotos horripilantes dali! O que vamos
fazer?
Essa
indecisão em relação a esse momento de não tomar uma posição, deixar claro e
garantir àqueles que foram, durante várias noites, durante anos no OP para
garantir o recurso para a sua casa própria, ordeiramente, embaixo de chuva,
vento, frio, o que vamos dizer? Eles me perguntam lá, e eu não sei o que dizer,
Vereador! Eu não sei o que dizer! Eu olho para um lado, e há pessoas que
precisam morar; eu olho para outro, e há pessoas que conquistaram a moradia e
não levaram. E hoje, isso está, de certa forma, engavetado. Já existe uma ordem
para a retirada desses moradores, mas também tem que existir sensibilidade para
que se faça uma triagem e, para aqueles que realmente precisem morar, que se
ache um lugar para colocá-los, nem que seja provisoriamente. Foi feito isso no
Loteamento do Bosque, foi feito isso também na Ponta Grossa. Qualquer um dos
dois lados vai ser sacrificado se não tomarmos a atitude correta, de tentar
preservar o direito daqueles que não têm onde morar, e daqueles que
adquiriram...
(Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, traz-me a esta tribuna uma situação de constrangimento, incerteza,
ansiedade que mais de 8 mil famílias de dependentes de ex-funcionários da Varig
estão vivendo neste momento, pessoas que estiveram a vida toda – 15, 20, 25, 30
anos - na Varig viram os seus sonhos desabarem há quase seis anos, quando a Gol
comprou apenas a parte boa da Varig. E aquelas pessoas que contribuíram a vida
toda para o fundo de pensão da Varig, o Aerus, para que pudessem ter as suas
aposentadorias, vivem essa incerteza, esse constrangimento e quase desespero
nos dias de hoje, porque o Governo Federal, lá atrás, há quase seis anos,
permitiu o que não é permitido: o dinheiro dos fundos de pensão para pagar a
aposentadoria de funcionários - dinheiro intocável -, o Governo Federal
permitiu que a Fundação Ruben Berta retirasse parte desse dinheiro do Aerus –
um dinheiro que era para pagar a aposentadoria daqueles que contribuíram anos e
anos, quando estavam na Varig, para o Aerus. Resultado: o dinheiro do Aerus,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, está terminando neste mês de maio, e as
pessoas que hoje ganham de aposentadoria apenas 8% do que tinham
direito não mais receberão nem esses 8%.
Pessoas que pagavam a Aerus para ganhar R$ 12
mil, R$ 15 mil, na aposentadoria, ganham R$ 700, R$ 800, ganham mil reais!
O Governo Federal deve, hoje, para o Aerus, R$ 6
bilhões de diferenças de tarifas. Esse processo já foi vencido pelo Aerus em
todas as instâncias, esperando, agora, que o Supremo Tribunal Federal se
pronuncie. Esse processo está com a Ministra Cármen Lúcia.
Então, essas famílias - mais de nove mil no País
todo; mais de duas mil famílias no Rio Grande do Sul; mais de 600 famílias em
Porto Alegre - estão nessa insegurança, nessa incerteza, nesse constrangimento,
porque vão parar de receber agora, no mês maio.
E aí vem a massa falida da Varig - que não paga,
que não indeniza os trabalhadores, trabalhadores que têm para receber R$ 500
mil, R$ 600 mil, R$ 800 mil - e diz: “Não. Tu tens direito a R$ 70 mil, a R$ 80
mil, a R$ 60 mil”. Mas de onde saem esses cálculos?!
Pessoal, a situação dessas famílias é preocupante.
O dinheiro do Aerus está terminando, o último saldo será agora em maio. O
Supremo precisa votar urgentemente essa situação, são mais de R$ 6 bilhões que
o Governo Federal deve nessa questão das diferenças de tarifas durante esse
tempo todo - isso precisa ser resolvido.
Inclusive, estou oferecendo à Associação dos
ex-Funcionários da Varig uma Tribuna Popular, para que venham dizer para nós,
Vereadores, para a sociedade, de própria voz, essa situação constrangedora e de
incerteza que todos estão vivendo. Eles se doaram! E, na época, disseram que
não podiam vender a Varig, porque não podia ter capital internacional; pois
agora o capital internacional comprou parte da TAM. Vai entender isso! Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Apregoo o Memorando nº 016, de
autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que solicita representação na Reunião do Comitê
Gestor do Pacto Gaúcho pela Educação Profissionalizante, Técnica e Tecnológica,
a realizar-se às 16h, do dia 16 de abril de 2012, no Salão Alberto Pasqualini
do Palácio Piratini, em Porto Alegre.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr.
Presidente, Ver. Mauro Zacher; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores; senhoras e
senhores, eu quero fazer um registro sobre a matéria que saiu hoje, no jornal,
e também aquilo que nós já sabemos e lemos, o que para nós é motivo de alegria:
a decisão do PSB de vir até nós, formalizando apoio à candidatura da Deputada
Manuela d’Ávila para a Prefeitura de Porto Alegre. E nós reafirmamos, aqui, a
importância desta chegada do PSB até nós, e nós somos e fomos protagonistas
desta caminhada desde a primeira hora. E como já saiu noticiado por diversas
vezes, já temos, pelo Partido, PSB, em diferentes reuniões que fizemos do
Diretório, sempre, a indicação do meu nome para compor a chapa majoritária. E
sempre dissemos - nós, do PSB, e eu também - que estamos aí para compor. Agora,
compor num protagonismo; não aceitamos a ideia, nem queremos e nem vamos
aceitar a proposta de que agora nos excluem sob algumas alternativas,
alternativa do Partido maior da composição maior, composição de oposição maior! Neste momento, nós
estamos nesta jornada, e não abri mão; aliás, não sou eu que não abro mão -
repito -, não sou eu quem vai abrir mão ou não; é a decisão do meu Partido. E
nós, Ver. Tarciso, tivemos uma reunião na quinta-feira, de Diretório, e estamos
mandando uma mensagem: as pré-candidaturas, as definições das candidaturas são
definições, lá em junho, dos Partidos; são os Partidos que vão definir as
candidaturas majoritárias e as candidaturas proporcionais. Portanto, queremos
trazer esta mensagem, afirmando e reafirmando: lá em junho, teremos, no prazo
regimental da Lei Eleitoral, as definições das composições de chapa. Obrigado,
um abraço.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Professor Garcia está com a
palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Sebastião Melo.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, trago um assunto que não é específico de Porto Alegre, mas que faz
uma interface com todos aqueles que fizeram o concurso público, ontem, do
Magistério, e que, a partir de ontem, está sub
judice. Lastimável. Eu não sei o que está ocorrendo, mas, se notarmos, nos
últimos dois anos, as provas do ENEM - todas elas - deram problemas. Ontem, num
concurso público do Magistério, em Uruguaiana - um concurso esperado há anos -,
ocorreu um problema sério com os candidatos a professor de Educação Física, que
tiveram as provas trocadas, e, na hora tentaram xerocar as provas, mas os
professores tomaram uma atitude - e parabéns por isso, são professores: não
aceitaram e foram para Delegacia registrar a ocorrência. Moral da história: um
concurso público desta natureza está sub
judice. O que será feito, não sabemos. Mas é lastimável, porque tem que
haver um zelo maior. Essas coisas têm que ser checadas, verificadas, pautadas,
porque há uma sucessão de erros que estão acontecendo justamente na área
educacional. Na época, era o Ministro Haddad, que agora saiu para estar em São
Paulo, e aqui eu não ouvi nenhuma explicação: nem do Governador Tarso Genro,
nem, principalmente, do nosso amigo José Clóvis, Secretário de Educação, que
deveria explicar, porque foi um erro. Foi um erro, eu acredito que não tenha
havido alguma coisa, mas deve haver cuidado quando se fazem essas provas, tem
que ter cuidado nesse aspecto. E agora os professores querem saber sobre isso!
O
problema foi especificamente relativo ao segmento do Magistério formado pelos
profissionais de Educação Física. Como vão ficar? Todos do Estado que estão
fazendo concurso nessa área ficarão prejudicados. Vai haver novo concurso? Ou
vai ser invalidado só para os daquela região? Porque o concurso é para o Estado
todo, mas, normalmente, sabemos de que forma ocorre: são divididos por
categorias e coordenadorias regionais.
Que
isso sirva de alerta, porque deve haver um cuidado maior, um zelo maior, até
porque esses concursos são muitos caros; ninguém fez o concurso de graça,
pagaram para isso, e muito bem, por sinal. Quem elaborou as provas também
recebeu, e recebeu muito bem. Quem organiza recebe para isso.
A
única coisa que eu peço é que haja um zelo maior. Mas eu também solicito que o
professor José Clóvis, Secretário de Educação deste Estado, venha a público
esclarecer! E não faz mal se errou, porque o erro faz parte, nós somos humanos.
Então, devemos ter um zelo maior. Ora, para o ENEM foram dois anos
consecutivos, erros sobre erros, e o Ministro saiu, e ficou aquele tema.
Eu
baterei sistematicamente nesse tema, trarei os profissionais de Educação Física
para esta Casa, inclusive, para fazermos este debate, porque são todos
profissionais dessa área, aqui dentro do Estado, que não sabem o que aconteceu.
Ou seja, quase uma década sem concurso público; quando vão fazê-lo, se veem
impedidos. Foi um erro? Foi um erro, mas eu volto a dizer: temos que ter mais
seriedade, mais zelo com a coisa pública. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sra.
Vereadora, eu estava me ocupando, agora, há pouco, Ver. Ferronato, do assunto
da “nova Grécia” criada aqui no Brasil. Falei do Demóstenes, falei do
Protógenes, mas faltou um, Ver. Pedro Ruas - eu repito, da “nova Grécia” aqui
do Brasil: Demóstenes, Protógenes e Diógenes! É um triunvirato.
O
Demóstenes é aquele senhor do Ceará; o Protógenes é aquele que fez um cursinho
na Polícia Federal, ele era o cara forte, do PCdoB; e o Diógenes era Secretário
do Prefeito Olívio Dutra, e agora eu tenho notícia de que ele também conversava
muito com o Cachoeira por causa da loteria do Estado do Rio Grande do Sul, que
o Governador Rigotto cancelou. Agora, estão tentando reabrir novamente, Ver.
Kevin Krieger, mas eu fiquei impressionado... Demóstenes, Protógenes e
Diógenes. O Diógenes é aquele que comprou o Clube da Cidadania. Então, a Grécia
está em uma pior lá, e aqui o pessoal está bem; os gregos daqui, esses três,
estão muito bem.
Agora,
eu vi mais um cidadão, chamado Luiz Antonio Moretti... Ninguém dá bola, quem é
o Luiz Antonio Moretti? Ver. Ferronato, esse Moretti foi aquele que mandou
fazer milhões de cartilhas para o Presidente Lula no primeiro mandato. O
Tribunal de Contas o condenou a pagar, a devolver esse dinheiro. Moretti! Sabe
o que fez o Governador do Distrito Federal, o Agnelo, esse que está envolvido
até o pescoço com o Cachoeira? Ele colocou esse Moretti na Comissão de
Licitação do Distrito Federal! Mas vê se pode! Esse homem, esse Agnelo está
louco! Que cursinho ele fez lá no PCdoB, hein, Ver. Todeschini? E mandaram para
vocês, lá para o PT!
O
cursinho dele foi lá no PCdoB, Ver. Ferronato, e eu queria ser solidário com
Vossa Excelência. Eu me lembro de que o senhor falou aqui, há quase um ano, que
o PSB seria o Vice da Manuela. O senhor deve estar mais assustado ainda: por
quem vocês foram trocados! Por quem vocês estão sendo trocados! Tem que fazer uma
reflexão forte sobre isso, Ver. Ferronato! E eu quero dizer que o PSB tem lugar
tranquilo em duas outras chapas: na nossa chapa, que é um caminho mais fácil, o
caminho da vitória; mas também pode ser na da oposição. Não pode ser assim! Eu
já reclamo daqui, sem a procuração do Deputado Beto Albuquerque, que foi gelado
no Governo do Tarso Genro, congelado! Ele não fala nem sobre pedágio, que é a
coisa principal que tem em sua Secretaria! Ele foi congelado lá! Agora, a
Manuela está congelando vocês, botando vocês para um lado - o lado de lá, lá do
lado do rio! É uma injustiça isso! O PSB, que tem uma proposta, tem homens
honrados, está sendo jogado dessa maneira! Realmente, o senhor tem toda razão.
Não brinquem com o PSB, que ele não precisa dessas brincadeiras!
E
assim nós vamos indo. Pula para um lado, pula para o outro. Eu acho que o Ver.
Kevin Krieger deve estar muito preocupado também com a Senadora, com a Senadora
Ana Amélia! Eu não sei se ela deverá ficar mais preocupada ou a Manuela? Eu
nunca vi, eu não sei como é que pode! Esse casamento não vai dar certo! Ele é
de ocasião, mas, segundo o jornal de hoje, a Senadora está pensando lá em 2014,
pensando que a Manuela vai apoiá-la! Não vai! Não vai! Ela jogou fora o PSB - o
Ver. Ferronato acabou de dizer aqui -, e ela vai jogar fora o PP também! E a
Senadora...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Carlos Todeschini está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr.
Presidente, Mauro Zacher; Vereadores, Vereadoras; Ver. Comassetto, que me
incumbiu de fazer a Comunicação de Líder pelo nosso Partido, nossa saudação e
nosso agradecimento. Eu queria pontuar o tema, Ver. Cecchim. Se houve problema
no concurso do Magistério, tem que ser, no mínimo, esclarecido. De fato, muita
gente se preparou, estudou, e é frustrante não ter sucesso. E isso tem
acontecido sistematicamente em vários ambientes. Há poucos dias, também, o
Senado fez concursos, e pelo menos dois tiveram as provas anuladas por falhas
da organizadora do concurso. Penso que este encaminhamento de convidar o
Secretário Estadual para vir esclarecer essas questões pode ser uma
alternativa.
Também, na semana passada, nós vimos o anúncio
de que não foi aceito o modelo de Parceria Público-Privada proposto pelo
Município de Porto Alegre à Fazenda Federal. Pois a Presidente Dilma garantiu
recursos a fundo perdido de um bilhão de reais para fazer o metrô em Porto
Alegre, e a modelagem apresentada não foi aceita. Então, Ver. João Dib, esse
tema merece - e isso não é crítica - que a Câmara, como Poder Legislativo
interessado e que tem responsabilidade sobre as coisas, ouça o que o Secretário
Cappellari tem a nos dizer, pois esse assunto do metrô trata do maior
investimento da história da cidade de Porto Alegre: são R$ 2,4 bilhões! E nós
estamos sem nenhuma informação. Vimos pelo jornal que a modelagem não foi
aceita, que estaria faltando mais R$ 1 bilhão, que estaria sendo pedido à
Presidência da República, dobrando o recurso que já foi anunciado aqui. Então,
esse assunto requer esclarecimento aqui.
Em terceiro lugar, quero fazer também uma
manifestação, dizendo que, de fato, eu cancelei a assinatura da revista Veja há
cinco anos. Não a leio. Não acredito nela, porque a Veja é uma revista muito parcial, tendenciosa e partidária;
ela tem lado! Como concessão pública, ela não é um órgão isento, não é um órgão
que trabalhe em equilíbrio com a informação; ela faz campanha, ela faz
política, ela tem opção, tem lado; portanto, as matérias que ela traz já nascem
sob suspeita ou viciadas.
Os
fatos acontecidos na República merecem, sim, uma atenção muito grande de todos.
Temos as notícias de relações de contraventores com autoridades importantes da
República, inclusive envolvendo alguns fortes arautos da moralidade. Na
denúncia da revista Carta Capital, consta que essa pessoa participava em 30%
dos lucros desse famoso contraventor famoso, esse que é ainda Senador e que
parece que vai renunciar. Ou seja, se ele ganhou 30%, Ferronato, de R$ 170
milhões, ele amealhou R$ 60 milhões! Ele se elegeu Senador e deve ter
financiado deputados, deve ter financiado governos estaduais, deve ter
financiado prefeitos e mais um conjunto de agentes públicos e políticos. Isso é
inaceitável!
Por
isso, Ver Adeli, meu Presidente, é sabido que o nosso Partido vai pedir a CPI.
Queremos uma CPI articulada para apurar a verdade; não uma CPI que tenha
agentes que estão contaminados pelo esquema, pois isso também é notado e
sabido. Portanto, precisamos passar essa página a limpo, todos os Partidos, doa
a quem doer! Essa é a posição do PT. Obrigado e um abraço a todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra em Comunicação de Líder.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, dificilmente eu venho a esta tribuna para falar de Parlamentares ou
de assuntos do Brasil. Sabe por que isso, Ver. Idenir Cecchim? Porque eu sou
Vereador de Porto Alegre! Há colegas que pensam que são Vereadores estaduais,
Vereadores nacionais, só trazem os assuntos do Brasil, só trazem os assuntos do
Estado, esquecem-se de Porto Alegre. Vou dar um conselho ao Ver. Cecchim: o
senhor cuide do PMDB, que nós vamos procurar cuidar do PSD. Deixei, lá no PMDB,
grandes amigos. Não é porque saí do PMDB que vou ficar falando mal do Partido.
(Aparte
antirregimental do Ver. Idenir Cecchim.)
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: O senhor anda muito nervoso, ataca a
Deputada Manuela, atira para todo o lado, precisa tomar um remédio ou dobrar a
dose para ficar mais calmo. Nem começamos a campanha, Vereador, e o senhor já
está atirando para tudo o que é lado, atira para cima. Cuidado! Se atirar para
cima, pode cair na cabeça. Cuidado!
Jamais
vou dizer que o PMDB é isso ou aquilo, porque, no PMDB, há muita gente séria,
muita gente que trabalha e merece respeito, assim como nos demais Partidos.
(Aparte
antirregimental.)
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Claro, no PMDB, também tem umas figuras
comandadas pelo Sarney, mas não podemos generalizar, Vereador. Não vamos falar
das exceções, mas que o Ver. Cecchim anda muito nervoso, ele anda. Eu acho que
ele tem que botar um chazinho no chimarrão para ficar mais calmo.
Não
aconteceu nada ainda. Claro que há uma previsão de acontecimentos, mas não
podemos nos guiar pelas previsões das possibilidades; temos que ficar mais
calmos. Ver. Cecchim, se fôssemos atrás de tudo que comentam por aí, teríamos
que investigar quem é essa empresa INA? Quem é o seu dono? Ele é filiado a
algum Partido - esse senhor que deu cursos, enfim, o curso América, essas
coisas sobre as quais eu procuro não me aprofundar, porque isso só estraga a
cabeça da gente?
Por
exemplo, imaginem se nós descobrirmos quem é o dono da empresa Delta, que
recolhe o lixo em Porto Alegre? Imagina, vou perder tempo! Então, o Brasil tem
muitos Partidos, milhares de Parlamentares sérios. Nós, quando falamos, temos
que tomar cuidado. Somos 36 Vereadores de Partidos diferentes, não sei se são
11 ou 12 Partidos; de repente, daqui a alguns dias, um vai acabar precisando da
ajuda do outro para aprovar um projeto, para dar quórum, para evitar algumas
loucuras que certos colegas propõem, algumas CPIs perigosas. Então, não mexam
com quem está quieto. Esse é um conselho que eu aprendi desde pequeno, lá no
interior de Iraí. Não mexe com quem está quieto, não bota lenha na fogueira
quando o fogo não vai chegar a lugar nenhum!
Ver.
Tarciso e Ver. Tessaro, vamos trabalhar com paz, com calma, não se assustem,
não vai acontecer nada. O que pode acontecer são algumas trocas no futuro,
evidentemente, mas isso é o povo que vai dizer, vai ser pela vontade do povo.
Não precisam ficar com medo e sair jogando pedra. Não! Isso sempre aconteceu, é
da democracia a alternância no poder. Então, menos, menos, menos, menos!
Vamos
falar de propostas para Porto Alegre. Por exemplo, vamos enfrentar a questão
das calçadas do passeio público, porque é inadmissível, ultrapassado e
inconstitucional nós querermos cobrar dos particulares as despesas para
consertar o passeio público, pois a palavra já diz: passeio público! Se o
passeio é público, a responsabilidade é do público. Claro que há uma lei
ultrapassada, com 40 anos. Atualizaram os valores para cobrar IPTU; agora a
responsabilidade do Poder Público ficou para trás. Isso nós precisamos
discutir. Precisamos discutir o lixo em Porto Alegre: em cada esquina, há um
monte de lixo. Por que é que há lixo nas esquinas? Precisamos discutir isso
aqui.
(Não
revisado pelo orador.)
(A
Ver.ª Fernanda Melchionna assume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sra. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, senhoras e senhores, o Ver. Todeschini falou aqui que a revista
Veja era uma revista tendenciosa; logo em seguida, citou a revista Carta
Capital, a qual todos nós sabemos ser extremamente tendenciosa; talvez seja a
mais tendenciosa de todas as revistas nacionais vendidas hoje em todo o
Território Nacional. Então, fica muito difícil, Ver. Todeschini, nós citarmos,
hoje, as revistas Veja, Isto É, Carta Capital. A Carta Capital, realmente,
hoje, não merece nenhum crédito por parte das pessoas.
Eu
ouvi aqui, Ver. Valter Nagelstein, alguns discursos que beiraram à propaganda
eleitoral. Eu tenho ouvido aqui alguns pronunciamentos de Vereadores que
precisam se cuidar, pois estão falando de seus candidatos e, ao falarem de seus
candidatos - temos uma emissora de televisão que transmite as Sessões, aqui da
Câmara Municipal -, precisam ficar atentos à legislação eleitoral. Esse é um
cuidado que a Mesa deve ter, regrando os pronunciamentos que poderiam ser
evitados, porque, afinal de contas, ainda não podemos e não devemos usar esta
tribuna como se fosse um palanque dos nossos Partidos.
Nós
temos aqui a obrigação de falar sobre os problemas da Cidade e da sociedade,
porque estamos defendendo e exercendo os nossos mandatos. Não podemos usar esta
tribuna para fazer apologia das nossas candidaturas, porque, senão, vamos,
realmente, cometer um erro muito grande como representantes da sociedade.
Tudo
isso acontece, Ver. Tarciso, porque, infelizmente, há algum tempo, o Presidente
Lula - quando, pela primeira vez, exerceu o mandato de Presidente - tinha
prometido fazer a Reforma Política. Ele não conseguiu fazer a Reforma Política
porque não quis e viu que era mais fácil se manter no poder sem fazê-la.
Nós
vivemos um momento muito perigoso em nossa República, porque, afinal de contas,
praticamente estamos deixando de ser uma República para sermos alguma coisa que
eu não gostaria, realmente, que fôssemos.
Se
nós não trabalharmos, ou pelo menos não tentarmos fazer pressão, como
sociedade, para fazermos uma reforma política, vamos continuar a ter eleições
assim como essas que se avizinham e, na verdade, vamos formar Parlamentos que,
infelizmente, não são os melhores ou aqueles mais representativos dos desejos
da sociedade. Eu acho que precisamos começar a trabalhar em outro sentido, para
que as discussões que se fazem em um Plenário como este sejam mais profícuas, e
que possamos estar voltados para aquilo que a sociedade está esperando de todos
nós. Não podemos simplesmente ficar acusando uns aos outros, porque trocar
acusações não é a missão de nenhum dos Vereadores. Nós precisamos, sim, fazer
com que a participação nesta tribuna seja para discutir os temas mais
candentes...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
em Tempo Especial.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, na semana passada, foram muito intensos os debates
nesta Casa, com votações de Veto, não sendo possível fazer o relato da
representação da minha viagem a Brasília, na quarta e quinta-feira, quando
participei de uma importante reunião sobre a nossa Universidade Estadual do Rio
Grande do Sul. A caminhada que Porto Alegre vem fazendo em relação à
Universidade não é das melhores, pois Porto Alegre, diferentemente de outras
cidades, valorizou muito pouco a sua Universidade. O fato de termos iniciado,
com o nascimento da UERGS, um curso de Pedagogia e de o termos perdido na
sequência, e também o fato de até hoje o Município de Porto Alegre ter dívidas
com a UERGS, não saldando o pouco recurso que encaminhava à UERGS para a
formação de seus educadores de creches, mostra a nossa situação. Não tivemos
condição de recuperar a Pedagogia, mas começamos a nos recuperar com a sede da
UERGS.
Eu
tratei com o Secretário Executivo do MEC, José Henrique Paim, primeiro, sobre a
confirmação de que, de fato, há uma emenda federal com possibilidade de R$ 13,5
milhões para a construção da sede central, com o campus Porto Alegre, da UERGS, que hoje está dividida em quatro espaços:
a Reitoria, aqui no Centro; os dois cursos que restaram e que estão muito mal
alojados no Hospital Psiquiátrico São Pedro, numa ala apartada, muito
inadequada, pois a sala dos professores fica no mesmo espaço em que funciona a
Secretaria... Então, a nossa Universidade não conseguiu ter uma cara em Porto
Alegre e só regrediu no seu impacto por falta, inclusive, de prioridades dos
governos. A luta para ter uma sede concretizou-se no ano passado no Câmara na
Comunidade, na Zona Norte, quando estivemos no Jardim Ingá. Eles nos colocaram
o problema do Centro Vida, e eu, como acompanhava o tema da UERGS para que
fosse aberto o Curso de Pedagogia, sugeri que eles oferecessem o Centro Vida
como sede da UERGS. A ideia amadureceu, a Universidade, sua Reitoria, seu
Conselho acabaram concordando; o Governo do Estado, hoje, está fazendo um
desenho daquela área para receber a sede da UERGS, está tratando da separação
das áreas, e o Governo Federal abriu, agora, o sistema para apresentação do
projeto. Emendas já existem, e nós também já conseguimos viabilizar um diálogo
entre o Reitor, Professor Guaragna, com o Secretário Executivo do MEC, que já
está liberando para este ano R$ 8 milhões para equipamentos eletrônicos, de
informática, para a nossa Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. Essa, é
claro, é uma das boas notícias e uma das pontes que estreitamos.
Nós
nos reunimos com o MEC também, com a Capes, que trata da formação via
Plataforma Freire para todo o País, e a Capes aceitou receber o projeto do
curso da PUC para as educadoras de creche para analisá-lo como um projeto
especial, para reabrirmos o curso de Pedagogia na PUC, um curso montado e
construído com as educadoras populares que precisam de formação e que atendem
as nossas crianças nas mais de 200 creches comunitárias desta Cidade. É uma
política que não tem espaço ainda na Plataforma Freire, a formação de Ensino
Superior, pelo ProUni, elas ainda têm dificuldade, algumas estão conseguindo
vagas.
Então, essa análise que a Capes vai fazer, conhecendo a realidade, pode ser
muito positiva, e aí nós poderemos reabrir cursos de Pedagogia na PUC antes da
UERGS, porque nós estamos apostando que UERGS será no novo prédio. Então, eu
queria compartilhar com V. Exas. essas duas reuniões realizadas em Brasília, além
de outros contatos, porque elas fortaleceram e fortalecem, certamente, a
Educação em Porto Alegre e no Estado do Rio Grande do Sul. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): O Ver. Waldir Canal está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente.
Passamos ao
GRANDE
EXPEDIENTE
O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sra.
Presidente dos trabalhos, Ver.ª Fernanda Melchionna; Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, senhoras e senhores, eu quero utilizar o meu tempo de Grande
Expediente para falar sobre o assunto da água em Porto Alegre, mas não sem
antes dar duas breves pinceladas acerca de temas que têm sido trazidos aqui, no
dia de hoje, a esta tribuna.
A primeira, que, obviamente, é mais sagrada para
alguém como eu - e alguns, às vezes, não acreditam -, que chegou em Porto
Alegre no início de 1984, Ver. João Dib. As primeiras imagens que se
cristalizaram na minha cabeça foram as do comício - eu era muito guri, é verdade,
mas já consciente das minhas responsabilidades, Ver. Adeli - das Diretas Já, na
frente da Prefeitura Municipal. E me lembro das grandes figuras que estavam lá:
o nosso saudoso Leonel Brizola; Mário Covas, tantas e tantas figuras, Ulisses Guimarães. Está aqui o
nosso Ver. Elói Guimarães, que foi orador; nós acalentávamos Lula, que lá
estava, enfim, todos que lutaram pela redemocratização. E nós falamos, hoje, em
censura, porque um veículo escreve o que nós não gostamos de ouvir, eu acredito
que é esquecermos ou jogarmos na lata do lixo da história tudo aquilo pelo que
nós lutamos, que foi a democracia.
Eu
acho que um exemplo bom nos dá os Estados Unidos da América ou a França, onde,
de fato, existem veículos de mídia que são comprometidos. Acho que isso é muito
transparente, são comprometidos com ideias mais à direita, ou mais à esquerda.
Na França, tem o Le Figaro, um jornal
que sabemos da sua posição. Nos Estados Unidos, tem a Fox News, que vemos que é ligada ao Partido Republicano, ou seja,
dão transparência. E um outro aperfeiçoamento que eles têm lá: é proibido ter
mais de uma mídia na mão de um determinado grupo; ou seja, quem tem jornal não
tem rádio; quem tem rádio não tem TV.
Pode
ter vinculação ideológica, sim, não há problema nenhum, mas se evita o
monopólio, o que seria extremamente saudável. Mas viva a liberdade de imprensa,
Srs. Vereadores! E que ela seja sagrada, e que nós continuemos lutando por ela!
Quero
falar, também, sobre o sistema prisional do Estado.
Quando
o Governador Tarso Genro assumiu, o Prefeito Jairo Jorge, uma cabeça descolada,
aberta, que nós precisamos olhar com muita atenção, que é diferente, muitas
vezes, daquela postura messiânica que o PT tinha e que, muitas vezes, continua
tendo... Pois o Prefeito Jairo Jorge tinha um projeto de uma Parceria
Público-Privada, Ver. Bosco, para o sistema prisional. Abafaram o projeto, não
deixaram sair. Já se passaram dois anos do Governo Tarso Genro, e,
infelizmente, nós não temos um investimento no sistema prisional do Estado.
O
que isso tem a ver com Porto Alegre? O que a liberdade de imprensa tem a ver
conosco? Tem tudo a ver!
Primeiro,
porque o pior presídio do Brasil - certamente, um dos piores do mundo, e quando
advoguei, quando tive a minha militância na advocacia, infelizmente, conheci
essa realidade - é o nosso Presídio Central de Porto Alegre.
O
nosso Presídio é um verdadeiro calabouço medieval, no qual a pessoa pode entrar
lá com um crime de menor potencial ofensivo, com uma leve condenação e,
certamente, sai de lá com pós-doutorado em criminalidade, pronta para praticar,
talvez, os atos mais perversos que se possam praticar, porque se submeteu a um
dos ambientes mais promíscuos, perversos e degradantes a que um ser humano pode
submeter um outro ser humano.
E
já se passaram dois anos! Daqui a pouco, três anos; daqui a pouco, quatro anos,
e o que foi feito para nós enfrentarmos o problema histórico do sistema
prisional do Estado?
Quantos
Governadores, é verdade, passaram e não fizeram nada? Então, está mais
do que na hora de nós enfrentarmos o problema do sistema prisional. E no caso
do Rio Grande do Sul, são necessários R$ 500 milhões para nós construirmos as
cadeias novas que o nosso Estado precisa. Dinheiro, aliás, que a nossa
Magistratura e o nosso Ministério Público, num ato de Mesa, vão contemplar os
nossos Magistrados e os nossos Promotores com a diferença daquilo que há três,
quatro anos se dizia que era subsídio, que era para acabar com os
penduricalhos, e, agora, estranhamente, quando se elevou o salário inicial para
R$ 18 mil, o que, convenhamos, para o Brasil é um salário que chega a beirar -
se compararmos com os salários de professores e outras categorias como de
brigadianos - as raias da imoralidade! Agora, nós instituímos o auxílio-moradia
para uma das castas do nosso estamento público que, de fato, não precisava
desse tipo e benefício. Pois já fui longe demais nas minhas tergiversações e
quero falar sobre o assunto que me traz à tribuna neste Grande Expediente.
Senhora Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, senhoras e senhores, no ano passado, a convite do Governo de Israel
e do Ministério da Indústria e Comércio daquele país, representando a
Prefeitura de Porto Alegre, liderei uma missão que foi até Watec, Feira
Internacional de Tecnologia das Águas em Tel Aviv. Lá foram Engenheiros do
DMAE, da Corsan, Promotores de Justiça com atuação na área ambiental e alguns
empresários do nosso Estado. Nós, que vivemos na fartura, mas especialmente
alguns de nós, que temos a consciência de que esses recursos são finitos, precisamos
aprender com quem vive na escassez, Ver. Adeli Sell. Na História da Humanidade,
é o limite e a crise - e não a sobra e a abastança - o que move o homem a
avançar. Lá descobrimos como se enfrenta o problema das perdas de um sistema de
água, que, no caso de Porto Alegre e alguns lugares, chega a alarmantes 50% - o
Ver. Carlos Todeschini sabe do que eu falo. Enfrentar as perdas lá é
importante, porque a água lá é um recurso muito escasso; estamos falando do
deserto. Aqui é importante não por ser escassa a água, e sim porque tratá-la é
caro; jogá-la fora, então, é mais caro ainda para uma sociedade que acaba
sempre arcando com esse custo, sociedade que ainda é pobre e, mesmo que rica
fosse, não poderia se dar o luxo desse desperdício.
O Sr. Adeli
Sell: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Louvo V. Exa. pela escolha do
tema água, do seu tratamento, das preocupações com a finitude desse bem
importante. Tive o prazer de compartilhar com V. Exa. um artigo, há um ano, num
jornal, onde a gente chamava a atenção sobre o melhor local de captação aqui em
Porto Alegre. Vossa Excelência continue nesta trilha, porque está no bom
caminho; espero que o Rio Grande do Sul trilhe também o caminho da açudagem -
falei com o Secretário Ivar Pavan, na semana passada também das nossas famosas
cisternas e da captação da água da chuva de um modo geral. Uma boa escolha,
Vereador.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Muito obrigado, Ver. Adeli. Essa luta, de fato, é nossa. As perdas a que me
referi também afetam a pressão no sistema de canos, o que gera
desabastecimento, como temos visto, em certos momentos, em algumas regiões da
Cidade como na Lomba do Pinheiro. Lá vimos também a avançada prática de
reaproveitar a água usada, que, no caso israelense, chega a 75% de toda a água
consumida no país. Vejam, é tão impressionante o número, que a Espanha -
segundo país que mais faz esse tipo de reaproveitamento - faz somente em 12%
das suas águas. Nos outros lugares e aqui também, o que para mim chega a ser
uma heresia, Ver. Carlos Todeschini, usamos água potável e tratada para dar
descarga num vaso sanitário, por exemplo. Lá, até para recuperar aquíferos,
tendo o cuidado de não injetar essa água diretamente, as águas usadas são
reaproveitadas. O sagrado Jordão tem sido poupado, realimentado e recuperado
exatamente através desse esforço e desse avanço tecnológico.
O Sr. Carlos
Todeschini:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Há lógica no seu
pronunciamento, há fundamento. E é importante destacar duas coisas: primeiro que
esta Casa aprovou um Projeto de Lei, de autoria do Ver. Beto Moesch, que visa
ao reaproveitamento da água da chuva. Em segundo lugar, quando estávamos na
direção do DMAE, nós desenvolvemos um plano pioneiro em conjunto com a UFRGS,
com a Emater e com o laboratório de pesquisa do DMAE para reutilizar as águas
de Estações de Tratamento de Esgoto, as águas das ETEs em lavoura de arroz.
Temos extraordinários resultados no que diz respeito à produção e também ao
tratamento dos efluentes, ou seja, no polimento, na depuração das águas.
Infelizmente esse trabalho foi todo esquecido, e isso não é bom, porque o
senhor fala com razão da questão da água do rio Jordão, da qualidade, e o
Guaíba tem essa superfloração de águas devido ao cessamento, à suspensão desses
trabalhos que vinham acontecendo.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Obrigado, Vereador. Que bom que esse é um tema que nos soma; parece que nós
construímos unidade através dele. Mas por que eu me refiro a isso, Srs.
Vereadores, Ver.ª Maria Celeste? Porque, em alguns anos, em épocas de calor,
temos sofrido com a proliferação de algas no Guaíba. Se por um lado, dão uma
cor bonita ao lago, emoldurando de verde a Cidade, dão também um sabor duvidoso
à água que chega às nossas casas, um sabor de barro. E o sabor se entranha em
tudo: na máquina de refrigerante da cantina da escola; no feijão da família; no
tradicional mate de cada um
de nós; na água do bebedor da academia, tudo sofre com esse sabor. Temos sido
obrigados a apelar para a água mineral, faz-se a festa das revendas de água, é
verdade, mas não é disso que se trata. Trata-se do direito de ter acesso a uma
água de qualidade, inodora, incolor e insípida, como deve ser a água de beber.
O DMAE garante que a água é potável. É verdade, mas eu não afirmaria que a água
é de qualidade. Posso até afirmar o contrário, que ela provoca desarranjo.
Sabe-se
hoje que o Guaíba é um lago composto pela contribuição de vários rios – Jacuí,
Sinos, Caí, Gravataí – e que, no outro extremo, flui em direção à Lagoa dos
Patos, por onde segue seu curso para o mar. Hoje se sabe que neste lago, fruto
do esgoto que nele lançamos e do calor e, por que não, do aquecimento global,
tornou-se ali um ambiente propício para o fenômeno da proliferação dessas algas
que tanto nos incomodam. É necessário, todavia, reconhecer e enaltecer que a
Prefeitura está fazendo uma diferença histórica no que diz respeito ao nosso
Guaíba. Está em curso o Socioambiental, que este ano, até o final de 2012,
elevará para 77% o nível do tratamento do esgoto que Porto Alegre joga no
Guaíba. Avanço histórico. É preciso lembrar que a falta de saneamento básico
ainda é uma das mais feias feridas abertas no seio da sociedade brasileira e
que todos os nossos rios e córregos foram transformados em cloacas. Nesse
sentido, Porto Alegre avança e dá exemplo; exemplo de coragem, inclusive,
porque não é todo governante que se dispõe a investir R$ 600 milhões numa obra
que a maior parte das pessoas não vê. Até se diz, na política, uma coisa
perversa, entre tantas que se falam na política: enterrar cano não dá voto. Não
compartilho dessa visão. Enterrar canos nos dá o que mais importa, que é a
saúde.
Mas,
mesmo depois que o Socioambiental estiver pronto, o Sinos e o Gravataí, por
exemplo, continuarão a contribuir com águas contaminadas para a bacia do
Guaíba, e o esgoto doméstico, cheio de partículas orgânicas, faz a festa das
algas, das bactérias e de toda sorte de germes. Daí insisto, Ver. Todeschini,
Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, população de Porto Alegre, numa
obra que já está planejada há muitos anos e que deve sair do papel, mas que,
para isso, tem que haver determinação política: a captação das águas do rio
Jacuí. Hoje Porto Alegre capta as suas águas no Cais Navegantes, no Praia de
Belas e no Extremo-Sul. Todos esses locais apresentam altíssimos índices de
contaminação, o que acarreta custoso tratamento dessa água, custoso do ponto de
vista financeiro, com a dúvida que permanece em relação à sua qualidade.
O
DMAE tem recursos em caixa, o DMAE tem o projeto já realizado. Estima-se que,
para captar a água do rio Jacuí, e para distribuí-la a toda a população de
Porto Alegre, Ver. João Dib, sejam necessários recursos dos quais o DMAE dispõe
em caixa. Ora, temos é que fazer este enfrentamento, e fazê-lo já, enfrentar
estes dois problemas. Precisamos consertar a rede de água da nossa Cidade para
diminuir as perdas, esses 50% de perdas; é importante e fundamental que façamos
esse enfrentamento e precisamos continuar a luta pela captação da nossa água no
Jacuí.
E
mais: não podemos esquecer de que precisamos continuar a recuperar, a cada dia,
o nosso lago Guaíba, riqueza natural que tanto maltratamos, mas que,
felizmente, e me parece que ainda em tempo, voltamos a ele o nosso olhar com a
certeza de que, mais do recuperá-lo, precisamos preservá-lo e devolvê-lo à
Cidade.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigado por me conceder um aparte, Ver. Valter. Só para um
registro. Nós vamos ter 77% de capacidade de tratamento. No entanto, há um trabalho
gigantesco a ser feito para a correta conexão dos esgotos, e isso não está
sendo feito.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. DR. THIAGO DUARTE (Requerimento): Presidente, eu queria solicitar, por
Requerimento que faço a V. Exa., um minuto de silêncio pela morte do pai do
Desembargador Marco Antonio Scapini, Sr. Arlindo Scapini, meu tio-avô.
Obrigado.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ (Requerimento): Também sugiro um minuto de silêncio pela
morte do meu colega Cláudio Cabral, da Rede Bandeirantes, que faleceu no
sábado.
A SRA. PRESIDENTE (Fernanda
Melchionna): Deferimos o
pedido.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
A SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): O Ver. Newton Braga Rosa está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Sra. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, acabo de vir do Palácio Piratini, onde o Governo do Estado lançou o
ProUni do Estado do Rio Grande do Sul. Fui lá porque, há dois anos, logo no
início da nossa trajetória na Secretaria de Inovação e Tecnologia, Inovapoa,
nós percebemos a importância de implementar uma lei que havia sido aprovada
nesta Casa pelo Ver. Ver. Nedel. Essa lei reduzia o imposto das faculdades
privadas no Município de Porto Alegre de 5 para 2%. Em troca, as faculdades não
poderiam ficar com o dinheiro, elas teriam que pegar esses 3% e fornecer bolsas
para estudantes carentes, segundo os critérios que a Lei preconizava. Além
disso, deveriam colocar mais 1% do seu orçamento, num total de 4% da sua Receita
anual, em bolsas para estudantes carentes.
Eu
gostaria de aproveitar o ensejo deste momento em que o Governo do Estado lança
um programa muito parecido com esse, da Prefeitura de Porto Alegre, para
informar os Srs. Vereadores a respeito do excelente resultado que se conseguiu
a partir de uma lei aprovada nesta Câmara.
O
Programa começou a funcionar, na sua primeira edição, no ano de 2010, com 110
bolsistas. Hoje estamos falando em mais de 400 estudantes, ou seja, se todos os
bolsistas do ProUni municipal, que nós chamamos de Unipoa, viessem a este
plenário, acredito que não haveria lugar para todos. Quatro instituições
atenderam ao edital da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Uma delas foi a
UniRitter, a ESADE, o Ibegen e a Ftec, que é uma faculdade pequena, voltada
para cursos de tecnólogos na área de Informática.
A
principal motivação desse Programa de Bolsas era a constatação da falta de mão
de obra na área de Tecnologia no Município de Porto Alegre. Nós teremos muita
dificuldade de implementar os programas que Porto Alegre precisa desenvolver
para avançar no cenário internacional da Ciência e Tecnologia sem mão de obra.
Isso seria uma tarefa impossível.
Como
todo o incentivo tributário, nós tínhamos um estudo que previa que, no ano de
2014, essas faculdades conveniadas teriam crescido tão mais do que as outras
faculdades privadas de Porto Alegre, que 2% de imposto em cima de uma base
tributária maior, ou seja, de mais alunos matriculados, representaria uma
Receita para o Município superior aos 5% que eram praticados antes do início do
Programa Unipoa em cima de uma pequena base de estudantes nessas faculdades
privadas.
Para
a nossa alegria, e acredito que para a alegria dessa Casa, eu gostaria de
deixar registrado nos nossos Anais que essa meta de equilíbrio financeiro de um
incentivo dado pelo Município de Porto Alegre não foi atingida no ano de 2014:
já foi atingida agora no ano de 2012, no primeiro semestre, ou seja, o
Município de Porto Alegre, que havia feito uma concessão tributária há dois anos
e meio, criou condições para um desenvolvimento acelerado das matrículas nas
faculdades conveniadas que permitiu que atingíssemos esse equilíbrio
financeiro.
Muitos
que estão nos assistindo se perguntam: como fazer para se habilitar às bolsas
da Prefeitura? É simples: procura uma dessas quatro instituições conveniadas e
se apresente. Agora, atenção: o estudante tem que ter uma renda familiar per capita média de até um salário
mínimo e meio. Segundo: depois de matriculado, ele tem que ser um estudante aplicado;
ele tem que ter aprovação em 100% das disciplinas em que ele pedir matrícula; e
mais ainda: tem que ter 75% de presença.
Gostaria,
então, de encerrar lembrando que, num certo momento, por ousadia, a Câmara de
Vereadores e o Município de Porto Alegre implementaram um programa modelar na
área de bolsas para estudantes de nível superior. Muito obrigado pela qualidade
da atenção de vocês.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a
palavra em Tempo Especial.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sra. Presidenta, Ver.ª Fernanda Melchionna; meus
colegas Vereadores e Vereadoras, quero fazer um relato da reunião da qual
participamos na semana passada, nos dias 11 e 12, na Coordenação Executiva do Conselho
Nacional das Cidades. Lá, percorremos uma agenda de trabalho, já na organização
da 5ª Conferência Nacional das Cidades, que está prevista para o ano de 2012,
mais precisamente para o mês de novembro de 2012. Dentro do Conselho Nacional
das Cidades é onde transcorre todo o debate e a construção das políticas
nacionais de desenvolvimento urbano. E, entre as políticas nacionais de
desenvolvimento urbano, nós temos os temas relacionados à habitação, ao
saneamento básico, à mobilidade urbana e aos projetos de desenvolvimento
urbano.
No dia 12, tivemos o prazer de participar
novamente de mais um ato presidido pela Presidenta da República, nossa
companheira Dilma Rousseff, que lançou uma segunda etapa do Projeto Minha Casa,
Minha Vida 2, que é o investimento e a aplicação de mais R$ 2,8 bilhões para
investimento no Programa Minha Casa, Minha Vida, no segmento de renda de até
três salários mínimos para os Municípios com menos de 50 mil habitantes, porque
já existem os programas direcionados para os Municípios com mais de 50 mil
habitantes. Então, essa lacuna ainda ocorria, principalmente pensando no
interior do Brasil. Isso representa quase três mil Municípios em todo o Brasil.
O Programa Minha Casa, Minha Vida veio para
resolver um conjunto de problemas. Primeiro, ele é um projeto que é a síntese
do compromisso e da relação republicanos. É desenvolvido um programa nacional
com recursos, na grande maioria subsidiados, originários do FAT, que é o Fundo
de Amparo ao Trabalhador; para quem não tem renda, ou renda não comprovada, mínima, ele paga R$ 50 por mês
para ter uma casa digna.
Então,
esse sistema veio para mobilizar a cadeia da construção civil, desde as
entidades comunitárias até o setor empresarial, e fazer a geração e
distribuição de renda, tanto que, hoje, não existe nenhuma mão de obra
qualificada disponível na cadeia da construção civil. O que existe é uma
demanda e um conjunto de formações e de cursos profissionalizantes; e aí tenho
que fazer outro destaque aqui, Vereadoras Sofia, Maria Celeste e Fernanda: as
mulheres entraram, em larga escala, na construção civil, principalmente no que
diz respeito ao tema dos serviços detalhados, como pinturas, azulejos,
eletricidade e tantos outros, e têm demonstrado um grau de eficiência.
Junto
a isso, o noticiário divulgou, na semana passada, quando estávamos justamente
em Brasília, a falta da eficiência do Município de Porto Alegre no Minha Casa,
Minha Vida. O Município de Porto Alegre, Ver. Elói Guimarães, é a 16ª Capital
do País em desempenho do Minha Casa, Minha Vida e é a 42ª cidade do Rio Grande
do Sul no desempenho proporcional ao seu problema. Aqui, no Rio Grande do Sul,
foram feitas em torno de 29.000 unidades habitacionais, e Porto Alegre até
agora conseguiu licenciar 2.700. Dizer que essa responsabilidade e esse
problema são da Caixa Econômica Federal é um erro. É um problema de gestão
local, e esse debate nós temos que fazer e enfrentar aqui, nesta Casa, porque
nós aprovamos as leis, os recursos estão disponíveis, e nós temos 70.000
pessoas necessitando de habitação em Porto Alegre.
Então,
este é o problema central, e nós estamos tratando disso no Conselho Nacional
das Cidades. Esse é o relato da viagem que...
(Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para um Requerimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sra. Presidente, eu solicitaria a V.
Exa. que nós entrássemos diretamente na Pauta, uma vez que acho que não teremos
condições e tempo para fazer a Ordem do Dia.
A SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Em votação o Requerimento, de autoria do
Ver. João Antonio Dib. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário do Ver. Elói
Guimarães.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 0853/08 – SUBSTITUTIVO Nº 01, que estabelece aos mercados e aos
hipermercados prazos máximos para o atendimento de seus usuários junto aos
caixas de pagamento e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 020/08, ambos de autoria do Ver. Nilo Santos.
PROC. Nº 2212/11 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 081/11, de autoria da Verª Fernanda Melchionna e do Ver. Pedro
Ruas, que isenta do
pagamento de tarifas de transporte coletivo as gestantes de alto risco.
PROC. Nº 0716/12 – PROJETO DE RESOLUÇÃO
Nº 011/12, de autoria da Mesa Diretora, que
altera o caput do art. 134, o caput e os §§ 1º a 4º do art.
134-A, a denominação das Seções VI e VII do Capítulo VII do Título III, o art.
135, o caput e os §§ 1º a 3º do art. 136, o caput e os §§ 1º e 2º
do art. 137, o caput e os §§ 1º e 2º do art. 138, as als. b e c
do inc. III do art. 148, o § 1º do art. 180, o caput do art. 182, o art.
183, os §§ 3º e 4º do art. 188 e o caput do art. 203, inclui Seção V-A
no Capítulo VII do Título III, §§ 4º a 9º no art. 136, art. 136-A e §§ 1º e 2º
no art. 182, revoga os incs. I e II do caput e os §§ 5º e 6º do art.
134-A, o art. 134-B, o art. 139, o art. 139-A, os §§ 3º e 4º do art. 180, o
art. 181, o art. 181-A, os incs. II e IV do caput e o § 2º do art. 188,
o art. 189, o art. 190 e os incs. I a III do caput e o parágrafo único
do art. 203, todos na Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 – Regimento da
Câmara Municipal de Porto Alegre –, e alterações posteriores, e revoga a
Resolução nº 2.083, de 7 de novembro de 2007, dispondo sobre votação de
projetos nas quintas-feiras, prestação de contas do prefeito, dos secretários e
dos diretores de autarquias, fundações e empresas controladas pelo Município de
Porto Alegre perante a Câmara Municipal, racionalização das homenagens e
Tribuna Popular.
PROC. Nº 0725/12 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 062/12, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua José da Fonte o
logradouro público cadastrado conhecido como Beco Assunção, localizado no
Bairro Camaquã.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0476/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 030/12, de autoria do
Ver. Tarciso Flecha Negra, que
dispõe sobre a obrigatoriedade de restaurantes, bares, lanchonetes e
estabelecimentos congêneres em oferecer alimentação adequada para pessoas com
diabetes e dá outras providências.
PROC.
Nº 0485/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 031/12, de autoria do
Ver. Nelcir Tessaro, que
dispõe sobre solicitação e emissão de Declaração Municipal das Condições
Urbanísticas de Uso e Ocupação do Solo (DM).
PROC.
Nº 0602/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 046/12, de autoria do
Ver. Waldir Canal, que
inclui a efeméride Semana Juntos contra o Bullyng no Anexo à Lei nº 10.904, de 31 de maio de
2010 – que institui o Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do
Município de Porto Alegre e organiza e revoga legislação sobre o tema –, e
alterações posteriores, na última semana de setembro.
A SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): O Ver. Adeli Sell está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Cara Fernanda, quero comentar o Projeto
do colega Ver. Nilo Santos, que coloca tempo, prazo para o atendimento em caixa
de supermercado. Oxalá se nós pudermos aprovar um Projeto sobre o tempo na
caixa de supermercados! O Ver. Mauro Pinheiro, que tem um pequeno comércio,
provavelmente não tem esse problema, porque oferece um atendimento muito mais
personalizado, mas acho que essa questão tem que ser colocada para determinados
equipamentos a partir de determinada metragem, como já se fez com outras
questões, porque nós não podemos ter o mesmo tratamento em um pequeno mercado e
em um hipermercado, porque, na verdade, nós somos maltratados em alguns
hipermercados de Porto Alegre não apenas por esperar horas e horas em uma fila,
mas também porque vários deles não têm diferenciação para idosos e gestantes e
não têm nenhuma preocupação com o consumidor, como, por exemplo, o empacotamento.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, quero cumprimentá-lo pelo seu
posicionamento. Na realidade, é extremamente difícil estabelecer tempo, porque
algumas pessoas compram quantidades imensas de alimentos e de outros bens.
Agora, na realidade, uma das coisas que não é respeitada, muito pouco
respeitada, pelo menos nos supermercados, é o caixa para deficientes físicos.
Ontem, eu tive uma satisfação: eu estava na fila em minha cadeira de rodas, e a
moça do caixa foi lá e disse para as pessoas: “Não levem a mal, esse senhor
aqui vai passar em primeiro lugar, ele está em cadeira de rodas”. Mas havia
jovens, que estavam na fila e não respeitaram.
O SR. ADELI SELL: Na semana passada, nós aprovamos aqui um
Projeto de Lei, terminativo, sobre a ocupação dos assentos, nos ônibus, para
idosos, gestantes e pessoas obesas, porque também há um desrespeito muito
grande. E, na verdade, se este Projeto passar na minha Comissão - a Comissão de Urbanização, Transportes e
Habitação -, eu vou propor um debate com os mercadistas, porque eu acho que nós
temos que ter, como diz o Ver. João Dib, um critério diferenciado. Acho que,
para um determinado número de produtos, acima de determinada quantidade, tem
que ter um caixa especial; onde vai demorar mais, a pessoa já sabe que ali
terão 150 produtos na frente, e para registrar tudo isso, vai demorar mais
tempo. Então, tem que haver um mínimo de organização nas redes mercadistas. Mas
nós estamos vendo o tratamento dispensado no Walmart, que hoje tem a bandeira
BIG e Nacional. Eles não tiveram coragem de usar, no Brasil, o nome Walmart,
porque é a pior empresa para se trabalhar no mundo. Eu não sei se os senhores
observaram o que eu disse? A pior empresa para se trabalhar no mundo, segundo
informações que temos, porque há até acusações de escravidão, semiescravidão,
prisão. Já viram isso, no México, o que deu? E também não é muito diferente no
Carrefour - vem para o Brasil e acha que pode tudo! E até hoje eu fico me perguntando
como é que ele conseguiu se instalar na Av. Assis Brasil e na Av. Bento
Gonçalves, com um posto de gasolina dentro do estacionamento. E, hoje,
utiliza-se inclusive de um subterfúgio: de colocar na conta da Empresa, que é
uma empresa de alimentos, os próprios combustíveis - uma concorrência
completamente desleal aos outros supermercados! Portanto, nós estaremos atentos
a esse Projeto de Lei do Ver. Nilo Santos.
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a
palavra para discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereadora Fernanda Melchionna; Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, sobre este tema do tempo para atendimento em
caixas,
também quero concordar que, talvez, a determinação do tempo não seja possível,
mas eu acho que nós devemos nos debruçar, sim, sobre a superexploração dos
trabalhadores em alguns desses supermercados.
Perto da minha casa tem um Supermercado Nacional
- e foi escandaloso -, porque enquanto eu conversava com um dos meninos que atendia,
ele ensacava e resolvia um problema. No caixa, não tem nem lugar para colocar a
sacolinha de compras - não tem lugar, é um cantinho, num caixa rápido, para até
30 itens - que, na verdade, é um monte de coisas -, e o menino tem que atender
rápido, porque há pressão para a fila andar rápido; então, a exploração é em
cima do funcionário, que não pode errar, e ainda tem que fazer a leitura do
produto, cuidar o troco, e ir ensacando as compras. Tem muita gente que não
quer substituir esse serviço, que acha que é obrigação do supermercado, e não
quer nem ajudar a ensacar. De fato, sobra a pressão sobre o funcionário.
Sabemos dos baixos salários, mas ao menino para
quem entreguei a folhinha do curso do Pronatec, de cursos profissionalizantes,
ele me disse que estuda de manhã, entrava no serviço ao meio-dia, e ficava até
as 22 horas! Um jovem maravilhoso, esforçado, atendendo! Acho que temos que nos
debruçar sobre outros detalhes que possam cercear a voracidade desses
supermercados pelo lucro e pela superexploração da mão de obra.
Esse tema da combinação de primeiro emprego,
estágios, juventude com escola e trabalho, não está bem dimensionado. Essa
nossa gurizada está muito explorada e com uma grande vontade de seguir os seus
projetos de vida.
Agora há pouco, representei esta Câmara, por uma
hora, no Palácio do Governo, porque a reunião do Pacto pela Educação anunciava,
hoje, o ProUni/RS, e todo o movimento, seja o Pronatec, onde o Mais Renda
colocará mais 50 reais para quem tem o Bolsa-Família e entra num curso
profissionalizante. Então, todo o movimento é para colocar renda para que o
jovem pobre tenha tempo para estudar - esta é que tem que ser a nossa luta! Não
basta vencer nas barreiras da escola, nos problemas da vida, mas o problema é como persistir, como
ir para o Ensino Médio e não ter que ir para o mundo do trabalho e se sustentar
e à sua família. Então, esse movimento de primeiro emprego do jovem não pode
retirá-lo do estudo. O movimento do Governador Tarso Genro - que agora, em
julho, abre inscrições para o ProUni/RS para cursos bem específicos para o
desenvolvimento do Estado, Petrobras, ligado à área de energia, ligado à área
oceânica, por conta do nosso porto de Rio Grande - vem com esta roupagem: com
uma renda para a família, com curso gratuito, com garantia de transporte - o
Ensino Médio, hoje, em Porto Alegre, nem sequer tem transporte gratuito. Foi
uma luta nossa, no ano passado, e somente 200 jovens aproveitaram o Vou à
Escola gratuito, que está aberto em
todas as escolas estaduais de Ensino Médio.
Nós
temos que cuidar todas as pontas, porque, quando falamos muito nesta tribuna da
superexploração por parte dessas empresas multinacionais, elas podem estar
roubando o destino dessa gurizada, porque o Brasil está com falta de mão de
obra qualificada nas áreas de Ensino Superior, como Engenharia, Física,
Química; mas, se não pudermos sustentar essa juventude para que ela estude,
quem vai ocupar esses espaços? Vamos continuar importando mão de obra? Então
essas iniciativas para graduar o trabalho do jovem para que ele estude são
muito importantes.
(Não
revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Boa-tarde, Sra. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; público que
nos assiste pela TVCâmara e nas galerias, venho a esta tribuna tecer algumas
considerações neste período de Pauta, com relação aos projetos que tramitam, em
especial, hoje, dois Projetos: um sobre o bullying
e outro sobre a DM - Declaração Municipal das Condições Urbanísticas de Uso e
Ocupação do Solo -, iniciativa do Ver. Nelcir
Tessaro e Ver. Waldir Canal.
Com
relação à proposta de Projeto de Lei do Ver. Nelcir Tessaro, eu gostaria de fazer algumas considerações, tendo
em vista que o Decreto nº 12.715 estabelece um regramento a respeito das
requisições das Declarações Municipais de Ocupações e Uso do Solo, que são as
DMs. Com o sentido e o objetivo de agilizar o processo, nós talvez tenhamos que
construir, junto com o Vereador, um substitutivo, porque algumas das
informações contidas na iniciativa do Vereador não estão colocadas numa ordem
que nós entendemos possível de ser realizada.
Com
relação, por exemplo, ao requerimento, no qual ele diz que receberá comprovante
com o número do processo, a data da solicitação da DM e o endereço eletrônico
para a sua retirada e o código de acesso à respectiva DM. Então, existem alguns
pré-requisitos mínimos, como a necessidade da matrícula do imóvel, a
necessidade de uma cópia do IPTU, algumas observações relativas à planta de
situação, porque, às vezes, a DM é composta por mais de uma matrícula: quatro,
cinco, seis matrículas. Às vezes, nós temos uma área territorial da Cidade com
uma metragem muito ampla - seis, oito, dez hectares -, juntam quatro, cinco
matrículas numa mesma requisição. Às vezes, temos que recorrer ao DEP para ver
se temos ali alguma galeria, algum arroio onde vão ser demarcadas as áreas não
edificáveis. Hoje, nós temos um regramento que diz que são áreas não edificáveis
aquelas que distam 30 metros dos arroios, por exemplo.
Então,
na Declaração Municipal de Ocupação e Uso do Solo, nós vamos ter a altura, o
afastamento, a volumetria. O Vereador, inclusive, estabelece no art. 2º um
prazo máximo de 30 dias para a emissão da DM, prorrogando o prazo que o Decreto
estabelece, que hoje é de 15 dias. Hoje, o prazo de 15 está sendo atendido pela
Secretaria do Planejamento, e nos parece que estendendo esse prazo para 30
dias, nós estaríamos aprovando aqui um retardamento na emissão do documento.
Eu
quero me colocar aqui à disposição, neste período de Pauta, com relação a este
Projeto, para, junto com o Vereador, tentarmos elaborar alguma coisa no sentido
de aprimorarmos esse processo, mais especificamente com relação às DMs emitidas
até o dia 24 de novembro do ano passado, porque, no dia 25 de novembro, o Decea
revogou o plano específico do Aeroporto Salgado Filho. Então, a partir do dia
25 de novembro do ano passado, as DMs que foram protocoladas estão sendo
emitidas já respeitando o Plano Básico do Aeroporto, mas ficou uma lacuna, e,
hoje, sei que a assessoria da Secretaria do Planejamento esteve reunida com a
Procuradoria-Geral do Município. Parece-nos que todo cidadão que protocolou um
pedido de DM, Ver. João Dib, até o dia 24 de novembro, quando ainda estava
válido o Plano Específico do Aeroporto, deve ter o seu pedido analisado à luz
do regramento em vigor na data do protocolo. Então nós temos esse
encaminhamento, que é pertinente. Oportunamente, vamos retornar a esta Pauta para
que possamos auxiliar o Executivo no sentido de uma solução para essa situação.
Muito obrigado pela atenção, não pude falar sobre o bullying...
(Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Carlos Todeschini assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a
palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Carlos Todeschini;
colegas Vereadores, Vereadoras; senhoras e senhores, falarmos sobre o tema
Segurança Pública, na atual realidade e no sistema nacional brasileiro, sem
buscarmos a responsabilidade, o papel e o desempenho do Município, é estarmos
cometendo um equívoco neste diálogo. Nós aprovamos, aqui, prezado Presidente,
um Projeto de Lei que criou a Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e
Segurança Urbana, e o Governo Federal tem projetos relacionados à Segurança
urbana. Eu desafio qualquer um dos colegas Vereadores, aqui, a me relatar qual
é o projeto que a Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Segurança Urbana
está desenvolvendo ou que desenvolveu com o ex-Secretário Nereu D’Ávila, e,
agora, com a sua esposa, que o substituiu na Secretaria. Eu desafio qualquer
colega a vir aqui e relatar um projeto eficiente da Secretaria Municipal dos
Direitos Humanos e Segurança Urbana.
Segurança
urbana passa também pelo sistema prisional, e todos nós sabemos que o presídio
do Partenon, o presídio de Porto Alegre, é o pior presídio que existe no Brasil
e, por que não, na América Latina. Inclusive isso consta no relatório dos
Direitos Humanos. O Ver. Valter está desinformado sobre os números e veio aqui
dizer que o Governo atual não está fazendo nada no sistema prisional.
Ver.
Valter, há bem pouco tempo, foram os Governos do Estado - Governo Rigotto e
Governo Yeda - , que, pela história e pelo histórico, não construíram nenhuma
unidade prisional nova. O Presídio Central de Porto Alegre já existia nas
mesmas condições.
Hoje,
o Presídio Central de Porto Alegre é um absurdo. Ali, há 4.380 presos. Agora,
nesse período de um ano e quatro meses - não são dois anos de Governo Tarso - ,
já foram construídos e inaugurados um presídio em Caxias do Sul, um em Venâncio
Aires que, entre outros, somam 324 vagas para o semiaberto. Foi inaugurado
aqui, em Guaíba, um presídio para 400 vagas para mulheres, que já foi
inaugurado.
Agora,
em junho de 2012, será inaugurados, em Arroio dos Ratos, um presídio com 672
vagas. Em maio de 2012, na cidade de Santa Maria, administrada pelo Schirmer,
será inaugurado um presídio com 430 vagas; em Montenegro, um presídio com 500
vagas; em Charqueadas, outro presídio com 500 vagas; em Guaíba, aqui do outro
lado do Lago, um presídio com 672 vagas e, em Osório, um presídio com 175
vagas. Portanto, Ver. Valter, neste momento, o Governo Tarso está apresentando
nada mais nada menos do que 3.349 novas vagas no sistema prisional para o
regime fechado e 324 vagas para o regime semiaberto. Isso representa 3.673
novas vagas no sistema prisional. Essas vagas da Região Metropolitana são para
deslocar, em caráter preferencial, duas mil vagas do Presídio Central, para que
baixe de 4.800 vagas como recebeu, para deixar ali em torno de duas mil vagas,
sendo que a sua capacidade original era de 1.800 vagas.
Então,
quero dizer que esse processo está em andamento. Todos aqui sabem que, se
depender deste Vereador, aquele Presídio Central tem que ser implodido. Então,
esse é o...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Solicito abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum,
solicitada pelo Ver. Valter Nagelstein. (Pausa.) (Após o fechamento do painel
eletrônico.) Dezesseis Vereadores presentes, há quorum.
O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sra. Presidente, Ver.ª Fernanda Melchionna; meus queridos colegas
Vereadores e Vereadoras, inscrevi-me em Pauta para tratar do Projeto de autoria
do Ver. Nelcir Tessaro, que trata do tema da Declaração Municipal. Ao mesmo
tempo, aceito o debate trazido aqui pelo meu querido Vereador e ex-Secretário
do Planejamento, Márcio Bins Ely.
Gostaria de dizer que nós desconhecemos, nesta Casa e no Município de Porto
Alegre, qualquer DM que consiga sair em 15 dias da Secretaria Municipal do
Planejamento. As DMs chegam a levar seis meses para serem editadas.
Este
debate é necessário. Creio que o Vereador traz um acúmulo lá da Secretária,
para que nós possamos aqui construir uma solução para este tema, porque o que é
a Declaração Municipal? A Declaração Municipal nada mais é do que um espelho da
Lei do Plano Diretor. Se o Plano Diretor já existe e determina, em todas as
ruas da Cidade, qual é o Regime Urbanístico, qual é a altura que pode ali ser
desenvolvida, qual é a taxa de ocupação do terreno, por que uma DM precisa ser
assinada pelo Secretário? Uma DM tem de sair on-line, tem de ser um sistema, através do qual qualquer arquiteto
ou engenheiro possa entrar num computador e coletar esta informação, porque,
com isto, há uma quebra desse entravamento que existe na cadeia da construção
civil, na regularização fundiária, no que diz respeito à aprovação da
Declaração Municipal.
A
Declaração Municipal não pode ser um instrumento que venha a entravar - este é
o termo correto – a aprovação de projetos. Como já existe o Plano Diretor, que
foi construído por nós aqui, junto com o Executivo, a Declaração Municipal nada
mais é do que um relato do que já está no Plano Diretor.
Portanto,
temos de construir um sistema que seja on-line.
A cidade de Cariacica, no Espírito Santo, instituiu um sistema, não só da
expedição on-line, como também dos
alvarás para atividades comerciais, como o alvará dinâmico, o alvará 24
horas...
O Sr. Valter Nagelstein: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Se me permite, os termos são: Alvará na Hora e Alvará Eletrônico.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Alvará Eletrônico. Em Cariacica, se uma
pessoa quiser colocar uma barbearia, ela o consegue on-line.
Por
que uma Declaração Municipal não pode ter esta mesma capacidade, esta mesma
dinâmica?
O Sr. Valter Nagelstein: Vereador, aqui também nós temos isto.
Hoje nós temos o Alvará Eletrônico, o alvará na hora; na verdade, nós tivemos
que fazer um remendo, nós todos, que permitiu quatro anos e meio de tempo para
que o empreendedor se regularize, na medida em que há esse déficit, sim,
histórico, das licenças municipais.
A
DM é o primeiro passo, mas, depois, nós temos que passar pela Cauge, após, pelo
Conselho do Meio Ambiente, depois, pela Licença Ambiental. E o Prefeito
Fortunati tem essa consciência, constituiu um Grupo de Trabalho, e acho que
esse é um compromisso de todos nós, Vereadores da oposição e da situação, para
encurtarmos esse prazo, para que, desde o início do processo até o final, o
prazo seja de um ano, um ano e meio, no máximo, dois anos, para que o
empreendedor não precise andar de balcão em balcão, mas que ele entregue os
papéis, e a coisa ande sozinha.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Agora, o senhor imagine qualquer
arquiteto ou engenheiro que se forme, que ainda não tenha emprego, que tenha um
tio que peça para ele fazer um projeto, que dê entrada para obter a DM e que
leve seis meses para conseguir a DM e iniciar o projeto: além de ele não
conseguir trabalho, ele ainda será chamado de incompetente pela família.
E
a estrutura pública municipal é a responsável por essa falta de dinamismo no
que diz respeito à porta de entrada dos projetos de arquitetura, de urbanismo,
de engenharia, de regularização fundiária.
Portanto,
a DM como está não pode ficar. O Ver. Nelcir Tessaro traz esse tema para o
debate, e nós vamos ajudar a construir um projeto que ajude a Cidade. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): O Ver. Carlos Todeschini está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, vou mencionar o Projeto do meu querido amigo Ver. Tarciso, já que
nós dois somos portadores da enfermidade do diabetes. Ele propõe, com
preocupação, uma orientação, uma disciplina para que os restaurantes
disponibilizem alimentos que sejam adequados para a ingestão do diabético, e eu
quero cumprimentar V. Exa. porque é uma dificuldade tratar dessa matéria: é uma
questão de mudança de hábito, é uma questão de cultura, e é uma questão de
preparação do ambiente para que o diabético possa se proteger.
O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigado, Ver. Todeschini. A minha preocupação é não só com os
diabéticos, mas também com o problema da obesidade das nossas crianças, que
ocupam o maior índice de crianças obesas em todo Brasil. Então, a intenção
dessa dieta alimentar é atingir não só os diabéticos, mas também crianças que
estão acima do peso, para que, mais tarde, elas tenham saúde e evitem o
diabetes.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: O
senhor já tem um mérito enorme só em levantar essa ideia. Parabéns, Ver.
Tarcisio, o senhor tem sido um Vereador brilhante, assim como foi um atleta que
nos deu muitas alegrias.
Eu também quero retomar aqui o assunto
mencionado pelo Ver. Engenheiro Comassetto, porque este Vereador, quando
assessorou o Prefeito, como Engenheiro, Ver. João Dib, foi incumbido de tratar
o assunto do andamento do licenciamento e da aprovação dos projetos. Trabalhei
o ano de 1996, inteirinho, em cima dessa matéria, e foram apontadas todas as
medidas que seriam necessárias para que nós tivéssemos agilidade na aprovação
dos projetos. E uma das questões que atrasa a aprovação dos projetos é
justamente a obtenção da DM, que já não era boa naquela época. Por isso, o
Prefeito me deslocou para lá para tratar do assunto. Mas, se não era bom
naquela época, piorou muito hoje. Tenho aqui um caso, Ver. Márcio, em que um
cidadão levou oito meses para obtenção da DM. E já vou lhe antecipar que este
caso não era de responsabilidade da sua Secretaria, eram questões atinentes ao
DEP; e não se trata de má-vontade, mas, sim, de falta de estrutura, de falta de
prioridade, de falta de fazer aqueles investimentos que nós anunciamos serem
necessários, quais sejam, elaboração dos aéreos, amarração da cota 1/1000,
amarração das coordenadas geográficas, locação dos coletores pluviais e aquele
conjunto de elementos que precisavam estar em meio digital para que pudéssemos
informatizar todo o sistema da Prefeitura. Isso, infelizmente, não só não
continuou, como regrediu, no meu entendimento.
O Sr. Márcio
Bins Ely: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vou tentar ser bem sucinto,
pois o senhor só tem um minuto, para dizer que as DMs chegaram a ficar um mês
atrasadas, ou seja, o cidadão protocolava a DM hoje, dia 16 de abril, e estavam
sendo analisadas as do dia 16 de março, mas, hoje, todas as DMs estão em dia.
Então, se um Vereador que, por ventura, tenha alguma dúvida, ele pode trazer
aqui, apontar o número do processo específico, para que a gente possa,
realmente, analisar se é verdade ou não o que está sendo levantado e arguído
aqui. Obrigado, Vereador.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Eu
tenho o caso de um processo, mas quero dizer que não foi na sua Secretaria que
ele parou. Ele ficou mais de seis meses parado no DEP. Isso tem sido histórico,
porque o DEP tem que ir a campo, fazer a locação da rede pluvial, porque ela
gera faixa não edificante, e isso tem que ser feito de forma técnica, ou seja,
tem que ir, no mínimo, um técnico em edificações para medir a profundidade, o
diâmetro da tubulação e a locação exata, porque, senão, poderá gerar acidentes
graves, como nós já vimos em muitos casos. Portanto, eu penso que a DM não é
uma questão para levar 30 dias - e faz bem o Ver. Nelcir Tessaro em levantar o
assunto -, mas é um tema para ser resolvido em cinco minutos...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Encerrado o
período de discussão de Pauta.
O SR. VALTER NAGELSTEIN (Requerimento): Sra. Presidente, eu requeiro, novamente, verificação de quórum.
A
SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Solicito
abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum. (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Onze Vereadores presentes, não há quórum para
entramos na Ordem do Dia. Declaro encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 18h16min.)
* * * * *